Reescrita
Por Aluno 29
Meus pais sempre me consideraram tímido e
observador. Também, comparado ao meu irmão desavergonhado e impulsivo, qualquer
um seria visto como acanhado. Tímido porque me custava fazer novas amizades,
embora sempre tivesse gostado de discursar e me apresentar em público.
Essa dificuldade na minha infância foi, em
parte, porque nunca fiquei mais de dois anos na mesma escola. Quando finalmente
pensava que tinha feito um amigo de infância para toda a vida recebia a
notícia: vamos nos mudar. Essas mudanças não foram algo com que eu soube lidar
bem.
Já
no ensino médio, tudo foi diferente. Permaneci na mesma escola durante os 3
anos. Demorei uns dois meses para me enturmar com os que seriam meus amigos até
hoje. Desde então não precisei mais sair de onde morava.
Entrementes,
comecei a fazer monitoria numa escola de inglês em Canoas, onde moro. Era a
oportunidade de que precisava. Lá havia alunos diferentes todos os dias. Toda
aquela agitação, troca de informações, estar em volta de várias pessoas e
sempre sair da minha zona de conforto me encantou. Percebi que era isso que me
realizava, sentia-me mais seguro de mim.
Foi
aí que comecei a me sentir eu mesmo. Com o fim das mudanças de cidade percebi
que agora quem mudara fui eu. Rompi o bloqueio que eu tinha. A minha verdadeira
personalidade, o mimetismo que sempre tivera, a paixão pelo intercâmbio de
conhecimento finalmente floresceram. Hoje consigo me adaptar a qualquer
situação social e me entroso rapidamente num grupo de pessoas.
Com
tudo isso, agora me dou conta que mudanças são bem-vindas. Quem tem que
aprender a lidar com elas sou eu. Começo este novo desafio na universidade
agora, e anseio por mais e mais.
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