Reescrita
Por Aluno 42
De acordo com pesquisas
e especialistas em educação, o hábito da leitura não vem diminuindo no Brasil,
como muitos pensam. Os jovens estão cada vez mais se conscientizando de que ler
é preciso; para o hoje e também para o amanhã, no sentido de que a leitura
torna o ser humano mais crítico e autônomo. Conforme Britto (2012), a sociedade
tem consciência de que “ler é bom”.
É fato que, a leitura
promove a imaginação, o conhecimento, a cultura e o saber. Mas de quem é, a
responsabilidade de inserir a criança ou adolescente no mundo da leitura? A
resposta não deixa de ser relativamente óbvia: dos pais, da escola e de toda
comunidade.
A responsabilidade de
incentivo à leitura não deve e não pode ser apenas da escola e/ou do professor.
Conscientes de que a família é o núcleo primeiro de socialização da criança,
deve ser ela então a primeira a despertar no infante o prazer pela leitura.
Sobre isso, lê-se em Rottava:
De outra
perspectiva, a família também não deve deixar somente para a escola o papel de
despertar, incentivar e motivar a leitura. Grande parte dessa responsabilidade
é também dos pais, que deve proporcionar aos seus filhos o acesso às
publicações e incentivá-los à leitura. (ROTTAVA, 2000, p.13)
Pedagoga e professora
das séries iniciais, do Ensino Fundamental há 23 anos, a gaúcha Mara Denize,
atualmente professora da EE Ayrton Senna, é uma adepta de projetos que
incentivam à prática de leitura. Nesta pequena entrevista, ela expõe um pouco
mais sobre a importância do hábito de ler.
“ Deve começar em casa, no seio familiar.
Apesar da minha experiência em sala de aula, não apenas eu, mas especialistas
garantem que, pais leitores formam filhos leitores”, explica a professora.
Mara Denize começaria
na escola, um projeto de incentivo à leitura o qual chamaria “ Sacola da
Leitura”. Literalmente, o aluno passaria um final de semana com uma sacola,
recheada com vários gêneros; indo de contos a receitas culinárias.
Segundo ela, seus
alunos leem de tudo na escola; “até a chamada e o cardápio da merenda, faço com
que meus alunos leiam. Meu objetivo primeiro, é incentivá-los ao hábito”,
enfatiza Denize.
O objetivo do projeto seria promover a integração
de pais, filhos e leitura. Infelizmente, a professora precisou entrar em
licença saúde, e o projeto ainda não pôde ser colocado em prática.
Práticas como a da
professora Mara são muito válidas, pois na maioria das vezes, os pais não
possuem livros em casa, alguns ainda são considerados analfabetos e outros
simplesmente não possuem o hábito de ler. O que torna o trabalho do professor
em sala de aula, um tanto quanto difícil. A “sacola” muito ajuda nesses casos.
Mesmo quando a criança
ainda não é alfabetizada, o adulto deve ler para ela. Uma criança terá maiores
chances de tornar-se um adulto leitor, se forem despertadas para essa prática o
mais cedo possível em casa, ou no berçário da creche.
Desde cedo, a leitura
tem a capacidade de desenvolver na criança, a imaginação, a criatividade e as
emoções de forma prazerosa. Desde a mais tenra idade, ela é capaz de identificar-se
com personagens, querer ser um deles e fazer parte da história. É a imaginação
ganhando espaço na vida da criança.
A leitura permite à criança conhecer o mundo
irreal, fazer correlações com o seu mundo, com a sua realidade. E com o seu
desenvolvimento físico e psicológico, o senso crítico aflora, e o leitor, a
essa altura, já é capaz de compreender as ideias de um texto e correlacioná-las
com o seu mundo.
Quando o aluno
lê um bom texto literário, passa por uma experiência particular, que impulsiona
a imaginação e permite que vivencie situações que o dia a dia raramente permitiria.
(Ceccantini, 2010, p.66)
“Criança adora ser desafiada a desvendar algum
mistério; gostam de pegadinhas, dos chamados ‘o que e o que é’; na minha
opinião, cabe ao professor uma certa organização, paciência e amor à profissão.
Para que os resultados aconteçam com eficiência, é preciso que o professor
também seja eficiente”, explica a entrevistada.
Futuros bons leitores somente serão formados se,
pais, escola e toda a comunidade a qual pertencem, forem parceiros. A escola
deve caminhar lado a lado com a família, para que resultados positivos sejam
alcançados.
A pesquisa Retrato da
Leitura no Brasil, revelou no ano de 2011 que, as crianças que estudam, leem
três vezes mais do que aquela que está fora da escola.
“A criança aprende a
pronúncia, a escrita correta das palavras, suas diferenças e amplia o
vocabulário à medida que aprende a ler, e sem gaguejar”, finaliza, sorrindo, a
professora Mara Denize.
Uma pesquisa feita nos
Estados Unidos, pela Fundação Nacional De Leitura Infantil, garantiu que a
criança de até cinco anos de idade que, ouve historinhas e folheia seus
livrinhos, terá na sua renda futura cerca de cinquenta mil dólares a mais. Isto
quer dizer que, a criança que cresce com o hábito da leitura está sendo melhor
preparada para o mercado de trabalho, para o mundo competitivo e para a vida.
Leitura deve deixar de
ser obrigação escolar e passar a hábito familiar. Muito mais do que a grafia
correta ou o som das palavras, comprovadamente a leitura prepara a criança para
o mundo. Sem contar a parte lúdica, que é capaz de fazer sonhar, imaginar,
criar e até de entender melhor o mundo real, através do que, na maioria das
vezes, é inventado pelos autores.
Ler é importante, mas literatura
de qualidade é fundamental. Acredita-se que a educação de qualidade ainda é, o
melhor caminho para um país melhor.
Referências
BRITTO, L. P. L. Nuances:
estudos sobre educação, a. 18, v. 21, jan.- abr. 2012, p. 18.
CECCANTINI, J. L. Um
único texto, vários sentidos. Nova Escola, São Paulo, Editora ABRIL, edição
especial, n. 32, v. 5, jul. 2010, p.66.
ROTTAVA, L. A
importância da leitura na construção do conhecimento. Espaços da Escola, Ijuí,
Editora UNIJUÍ, a. 9, n. 35, jan.-mar. 2000, p. 11-16.
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