terça-feira, 15 de julho de 2014

A sacola da leitura e sua importância para a vida

Reescrita
Por Aluno 42


De acordo com pesquisas e especialistas em educação, o hábito da leitura não vem diminuindo no Brasil, como muitos pensam. Os jovens estão cada vez mais se conscientizando de que ler é preciso; para o hoje e também para o amanhã, no sentido de que a leitura torna o ser humano mais crítico e autônomo. Conforme Britto (2012), a sociedade tem consciência de que “ler é bom”.
É fato que, a leitura promove a imaginação, o conhecimento, a cultura e o saber. Mas de quem é, a responsabilidade de inserir a criança ou adolescente no mundo da leitura? A resposta não deixa de ser relativamente óbvia: dos pais, da escola e de toda comunidade.
A responsabilidade de incentivo à leitura não deve e não pode ser apenas da escola e/ou do professor. Conscientes de que a família é o núcleo primeiro de socialização da criança, deve ser ela então a primeira a despertar no infante o prazer pela leitura. Sobre isso, lê-se em Rottava:

De outra perspectiva, a família também não deve deixar somente para a escola o papel de despertar, incentivar e motivar a leitura. Grande parte dessa responsabilidade é também dos pais, que deve proporcionar aos seus filhos o acesso às publicações e incentivá-los à leitura. (ROTTAVA, 2000, p.13)

Pedagoga e professora das séries iniciais, do Ensino Fundamental há 23 anos, a gaúcha Mara Denize, atualmente professora da EE Ayrton Senna, é uma adepta de projetos que incentivam à prática de leitura. Nesta pequena entrevista, ela expõe um pouco mais sobre a importância do hábito de ler.
 “ Deve começar em casa, no seio familiar. Apesar da minha experiência em sala de aula, não apenas eu, mas especialistas garantem que, pais leitores formam filhos leitores”, explica a professora.
Mara Denize começaria na escola, um projeto de incentivo à leitura o qual chamaria “ Sacola da Leitura”. Literalmente, o aluno passaria um final de semana com uma sacola, recheada com vários gêneros; indo de contos a receitas culinárias.
Segundo ela, seus alunos leem de tudo na escola; “até a chamada e o cardápio da merenda, faço com que meus alunos leiam. Meu objetivo primeiro, é incentivá-los ao hábito”, enfatiza Denize.
 O objetivo do projeto seria promover a integração de pais, filhos e leitura. Infelizmente, a professora precisou entrar em licença saúde, e o projeto ainda não pôde ser colocado em prática.
Práticas como a da professora Mara são muito válidas, pois na maioria das vezes, os pais não possuem livros em casa, alguns ainda são considerados analfabetos e outros simplesmente não possuem o hábito de ler. O que torna o trabalho do professor em sala de aula, um tanto quanto difícil. A “sacola” muito ajuda nesses casos.
Mesmo quando a criança ainda não é alfabetizada, o adulto deve ler para ela. Uma criança terá maiores chances de tornar-se um adulto leitor, se forem despertadas para essa prática o mais cedo possível em casa, ou no berçário da creche.
Desde cedo, a leitura tem a capacidade de desenvolver na criança, a imaginação, a criatividade e as emoções de forma prazerosa. Desde a mais tenra idade, ela é capaz de identificar-se com personagens, querer ser um deles e fazer parte da história. É a imaginação ganhando espaço na vida da criança.
 A leitura permite à criança conhecer o mundo irreal, fazer correlações com o seu mundo, com a sua realidade. E com o seu desenvolvimento físico e psicológico, o senso crítico aflora, e o leitor, a essa altura, já é capaz de compreender as ideias de um texto e correlacioná-las com o seu mundo.

Quando o aluno lê um bom texto literário, passa por uma experiência particular, que impulsiona a imaginação e permite que vivencie situações que o dia a dia raramente permitiria. (Ceccantini, 2010, p.66)

 “Criança adora ser desafiada a desvendar algum mistério; gostam de pegadinhas, dos chamados ‘o que e o que é’; na minha opinião, cabe ao professor uma certa organização, paciência e amor à profissão. Para que os resultados aconteçam com eficiência, é preciso que o professor também seja eficiente”, explica a entrevistada.
 Futuros bons leitores somente serão formados se, pais, escola e toda a comunidade a qual pertencem, forem parceiros. A escola deve caminhar lado a lado com a família, para que resultados positivos sejam alcançados.
A pesquisa Retrato da Leitura no Brasil, revelou no ano de 2011 que, as crianças que estudam, leem três vezes mais do que aquela que está fora da escola.
“A criança aprende a pronúncia, a escrita correta das palavras, suas diferenças e amplia o vocabulário à medida que aprende a ler, e sem gaguejar”, finaliza, sorrindo, a professora Mara Denize.
Uma pesquisa feita nos Estados Unidos, pela Fundação Nacional De Leitura Infantil, garantiu que a criança de até cinco anos de idade que, ouve historinhas e folheia seus livrinhos, terá na sua renda futura cerca de cinquenta mil dólares a mais. Isto quer dizer que, a criança que cresce com o hábito da leitura está sendo melhor preparada para o mercado de trabalho, para o mundo competitivo e para a vida.
Leitura deve deixar de ser obrigação escolar e passar a hábito familiar. Muito mais do que a grafia correta ou o som das palavras, comprovadamente a leitura prepara a criança para o mundo. Sem contar a parte lúdica, que é capaz de fazer sonhar, imaginar, criar e até de entender melhor o mundo real, através do que, na maioria das vezes, é inventado pelos autores.
Ler é importante, mas literatura de qualidade é fundamental. Acredita-se que a educação de qualidade ainda é, o melhor caminho para um país melhor.

Referências

BRITTO, L. P. L. Nuances: estudos sobre educação, a. 18, v. 21, jan.- abr. 2012, p. 18.
CECCANTINI, J. L. Um único texto, vários sentidos. Nova Escola, São Paulo, Editora ABRIL, edição especial, n. 32, v. 5, jul. 2010, p.66.

ROTTAVA, L. A importância da leitura na construção do conhecimento. Espaços da Escola, Ijuí, Editora UNIJUÍ, a. 9, n. 35, jan.-mar. 2000, p. 11-16.

Nenhum comentário:

Postar um comentário