terça-feira, 15 de julho de 2014

Análise das Produções Textuais desenvolvidas na Disciplina de Leitura e Texto do Curso de Letras UFRGS



Por Aluno 6 e Aluno 31




“Escrever é apropriar-se da linguagem escrita para pô-la e serviço do esclarecimento que se quer produzir.”
“Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem.”
Mário Quintana
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RESUMO: O presente artigo analisa os trabalhos produzidos na cadeira de Leitura e Produção Textual de dois alunos de primeiro semestre do curso de Letras da UFRGS. O corrente estudo busca apresentar os gêneros textuais estudados em sala de aula vinculando teoria e produção resultando em textos nos quais prepondere um dos gêneros abordados. Os dados sob análise resultam da produção de gêneros diversos: apresentação; narração de um fato que resultou em aprendizagem; descrição de processo; memorial trazendo reflexões sobre as recordações de aprender a ler; defender um ponto de vista através da argumentação em texto de reportagem, concluindo a disciplina com um artigo que reúne as tarefas. Cada proposta seguia uma dinâmica: primeira escrita (aluno), parecer (professora), reescrita (aluno), diário dialogado (aluno), comentário (colega) e publicação em site desenvolvido para este fim. A produção e reescrita de textos muito contribuiu na formação de escritores, leitores e ouvintes que foram formados pelo referido curso. A conclusão deste trabalho indica que visão tanto teórica como prática, sobre a escrita e a leitura os envolvidos tiveram e em que medida esses conhecimentos permitiram pensar e repensar o ensino das matérias.

PALAVRA-CHAVE: análise, produção, textos, leitura, letras

INTRODUÇÃO
Pretende-se neste artigo analisar a trabalho desenvolvido em âmbito universitário produzido por aulas da cadeira de Leitura e Produção Textual em turma de primeiro semestre da UFRGS. Os dados e o atual artigo são resultados de nossa própria aprendizagem.
Ressalta-se que há uma dinâmica recorrente para que os dados ora analisados fossem produzidos. Inicialmente, em sala de aula houve apresentação, aos estudantes, do conteúdo teórico a fim de construir base sólida para o entendimento e criação de textos, tanto acadêmicos como não acadêmicos. Nesse sentido, tem-se como importante apresentar aos alunos o conceito de Texto, assim como a diferença entre tipologia textual a gêneros textuais.
 A partir de tal entendimento é possível analisar os elementos indispensáveis para que um texto faça sentido não só para o escritor, mas, principalmente, para o leitor. Sob estas bases foram trabalhados os gêneros: apresentação, narração, descrição, dissertação / argumentação, memorial finalizando com artigo. Este trabalho pretende comparar as produções textuais desenvolvidas pelas alunas (A) e (B) no ambiente acadêmico a partir da análise crítica feita pelas próprias alunas em relação às suas obras. Neste intuído, as estudantes avaliam sua evolução e aprendizados adquiridos durante o semestre, finalizando este artigo com apreciações relativas à sua relação com a disciplina.
O artigo está organizado em seis partes. A primeira apresenta a revisão teórica do conteúdo aprendido em sala de aula. A segunda explica a metodologia utilizada para a apresentação deste relatório. A terceira contempla os resultados e análises dos dados obtidos pelas alunas em relação à produção textual. A quarta parte diz respeito às considerações finais na qual as estudantes tecem seus comentários a cerca da disciplina. A quinta contém as referências bibliográficas utilizados para o desenvolvimento deste trabalho. A sexta e última parte compõem-se de um anexo contendo todas as atividades realizadas pelas duas alunas durante o semestre.

REVISÃO TEÓRICA
O trabalho de escrita e reescrita tem por objetivo, além da produção de textos, encaminharem os alunos à discussão acerca do próprio processo produtivo- relação da leitura na criação, entendimento teórico das etapas produtivas- desenvolvendo atitudes e habilidades nos trabalhos com textos.
De acordo com Guedes (2009, p.75), o processo produtivo constituído de escrita e reescrita permite ao aluno: organizar aspectos da realidade interior e exterior resultando na ampliação do conhecimento; escrever para um grupo específico, estabelecendo, portanto, um diálogo com o outro; discutir sobre a criação tanto particular quanto coletiva vendo o texto como uma produção humana que tem como finalidade a comunicação e interação passível de avaliação crítica.
A produção dos textos só é possível após o embasamento teórico e discussão em sala de aula sobre o que é texto: é uma manifestação da linguagem, ou a tentativa de o autor estabelecer comunicação com outros. De transmitir informação, um sentimento ou ainda persuadir o ouvinte. O texto assume diversos tipos a fim de atingir aguçar mais de um sentido do ouvinte podendo ser verbal (oral e escrito) ou não-verbal
Qual a relação que temos com o texto? Em resposta todos têm uma relação constante com o texto, tanto o verbal quanto o não-verbal uma vez que a vida em sociedade se concretiza através de interações. O papel do texto é propiciar esta reciprocidade. Desta forma o estudo de gêneros textuais se mostra relevante nas inter-relações, pois eles são criados, desenvolvidos ou modificados conforme a necessidade que a sociedade tem de se comunicar. Por isso, são infinitos e sua existência está condicionada à intensidade do uso. Servem para constituir o mundo.
Os textos contêm os gêneros que contém as tipologias textuais. Estão condicionados ao meio social e a peculiaridades organizacionais. Um gênero pode ter mais de um tipo textual, ou seja, o texto é tipologicamente variado / heterogêneo.
Apesar de plásticos, maleáveis todo gênero apresenta um formato pré-definido identificado pelos usuários. Segundo Marcuschi (artigo 2002 p. 1), “caracterizam-se muito mais por suas funções comunicativas, cognitivas e institucionais do que por suas peculiaridades lingüísticas e estruturais.”
Os diferentes gêneros textuais foram abordados em seis produções divididas nas tarefas um, dois, três, quatro, cinco e seis. A primeira versão do texto era escrita sem que os alunos tivessem conhecimento teórico das qualidades discursivas: unidade temática; objetividade; concretude e aspectos formais. Posteriormente ao tratamento deste conteúdo em sala de aula a reescrita era feita. Tal procedimento seguiu-se em todas as tarefas.
Além dos critérios estruturais do texto deve-se atentar para a organização lingüístico/textual dele. Nesse sentido, a coesão (que trata do uso adequado de nexos, cadeias referenciais bem construídas, recorrendo, para tanto, a uma variedade de recursos), a sintaxe (orações e períodos bem construídos, empregando processos de coordenação e subordinação), a pontuação (empregando de maneira adequada os sinais ortográficos nas orações e parágrafos), a ortografia (evitando-se erros relativos a convenções gráficas e ortográficas), a semântica e escolha lexical (utilização adequada e precisa do vocabulário), e a morfossintaxe (emprego da escrita gramatical culta brasileira) fazem parte da expressão do texto contribuindo com a clareza das idéias pretendidas.
Primeiramente, trabalhou-se com o a elaboração de texto do gênero apresentação pessoa cuja unidade temática tem como foco central e permanente apresentar-se. Para tanto, o texto deve apresentar concretude (fornecimento de dados comuns de conhecimento gerais e específicos do indivíduo que se apresenta) a fim de possibilitar ao leitor contrastar seu conhecimento de mundo com o do autor. Um questionamento a ser resolvido conjuntamente com o leitor despertando- no interesse para seguir na leitura. Unindo-se as premissas da unidade temática, concretude, questionamento a objetividade mostra ao narrador claramente qual a resolução que dá ao questionamento do texto. Interessa-nos neste gênero a imagem e a presença de quem se apresenta.
A elaboração do texto seguinte está baseada no estudo do gênero narrativo, cuja intenção é apresentar relatar um fato específico. Interessa que fique clara a razão do motivo pelo qual a história está sendo escrita. Um único tema deve ser narrado, mas sobre ele tudo deve ser dito (fatos apresentados) para que haja diálogo com o leitor. “Mostrar o valor que o narrador atribui aos fatos” (GUEDES, 2009, p.138). Objetivamente, o leitor tem que “ver” o personagem (narrador) participando ativamente da história. Qual sua função e, principalmente, quem ele é. O leitor tem que acreditar no que está sendo dito, tem que ser convencido pelas imagens que os dados instigam para poder comparar com seus conhecimentos prévios.
É importante entender que narrar é contar um fato central usando exemplos, dados, informações para que o leitor construa juntamente com o autor a história.
Antes do desenvolvimento da tarefa seguinte um estudo teórico sobre coesão e coerência, faz-se necessário visto tratar de elementos estruturais indispensáveis à transmissão clara do significado contido no texto. É indispensável estabelecer boa relação entre as partes de um texto que dialoguem entre si, para que ele tenha fluidez e constitua uma unidade para o leitor. Este estudo objetiva-se a percepção da importância o uso das palavras dentro da produção escrita. A posição que os termos ocupam na frase determina o significado que transmitem.
Num terceiro momento, é desenvolvido o texto de gênero descritivo. Para tanto, a abordagem temática centra-se em escrever a instrução de um procedimento.  O foco desta tarefa é descrever passo a passo uma tarefa sem, entretanto, resultar em uma lista de procedimentos a serem efetuados. Nesse intuito, o narrador deve transmitir a maneira como ele vê o objeto descrito para determinar o rumo da descrição demonstrando a finalidade com que descreve. Valores atribuídos pelo autor permitem ao leitor posicionar-se diante de que lê, confrontando os com suas próprias idéias e participando das ações. Importante que uma descrição minuciosa (ambiente, personagem, objeto) seja feita para que o leitor forme a imagem do procedimento descrito.
Seguidamente, o gênero Memorial feito desenvolvido conjuntamente por (A) e (B). Este texto abordou-se o tema experiências com a leitura que as alunas adquiriram ao longo do seu desenvolvimento. Para auxiliar na escrita leituras prévias sobre o assunto foram feitas em artigos, assim como os conceitos sobre o gênero que tem a finalidade de resgatar a memória (Arcovertde e Arcoverde, 2007). 
A continuidade dos estudos dos gêneros constitui texto argumentativo / dissertativo. O gênero foi explanado através de reportagem baseada em entrevista. Entende-se que argumentar é falar sobre um assunto emitindo opinião e crendo-a única e verdadeira a tal ponto que será defendida. Para tanto, o autor utiliza todos os seus conhecimentos sobre o tema na tentativa de persuadir o leitor.  O processo argumentativo visa obter e intensificar a adesão do interlocutor por meio do discurso. Ação de caráter argumentativa nas histórias favorece a discussão, potencializa a interação leitor versus texto, favorece a organização e explicitação do pensamento. Interessa neste texto deixar clara a idéia do entrevistado e a do autor, este mostrando provas a favor da posição (ponto de vista) que assume e que as demais estão equivocadas. Segundo Guedes (2009, p. 339, 340) neste gênero a unidade temática é ainda mais crítica do que nos demais gêneros estudados, os argumentos devem estar extremamente claros ao leitor para que entenda a questão que está sendo tratadas.
Pelas produções textuais desenvolvidas pode-se inferir que: do ponto de vista teórico o leitor tem um objetivo uma intenção ao ler, ao procurar um texto. Ele pretende adquirir conhecimento, explanar sua percepção de mundo. A leitura é feita para construir de sentido, aprender, entender as palavras e o seu significado dentro do contexto, interagir socialmente.

METODOLOGIA
Os trabalhos envolvendo a criação e produção textual das alunas (A) e (B) ocorre no período compreendido entre maio e junho de 2014. Os assuntos abordados e seus respectivos gêneros textuais formam divididos em tarefas, conforme segue: Tarefa 1- Apresentação pessoal (gênero apresentação); Tarefa 2 - Relato de uma experiência (narração), Tarefa 3- Descrição de um processo (descrição); Tarefa 4 - Experiências pessoais no aprendizado de leitura (memorial); Tarefa 5 - Entrevista sobre o tema Literatura (reportagem) e finalizando, Tarefa 6 - Compilamento das tarefas realizadas no semestre (gênero artigo). As Tarefas desenvolvem-se segundo as etapas: primeiramente, escreve-se a primeira versão do texto baseado no tema proposto pela professora. Em um segundo momento, é feita leitura em sala de aula no intuito de fomentar a discussão e análise dos colegas que tecem seus comentários segundo a teoria apresentada em aula. Em seguida a professora relê, juntamente com os monitores, o texto emitindo um parecer orientando a reescrita segundo os Critérios de Avaliação estudados.
Concomitante ao trabalho teórico desenvolvido em sala de aula e a criação dos textos, cada aluno escreve seu Diário Dialogado cujo objetivo é relacionar o entendimento abstraído do conteúdo teórico com a experiência que está tendo na produção de cada tarefa.  Após a reescrita entrega-se à professora um portfólio contendo: 1ª versão, parecer, reescrita, Diário dialogado e Critérios de Aviação. A finalização das tarefas ocorre com a publicação da última versão do texto em blog criado pela monitora - auxiliar da professora na disciplina - e com o comentário feito ao texto de um colega.

Os dados produzidos pelas aulas (A) e (B) estão comparados no quadro abaixo:

Tabela 1 - Textos produzidos

RESULTADOS/ ANÁLISE DOS DADOS
Esta seção apresenta a reflexão de (A) e (B) quanto à produção de seus textos. Os dados estão ordenados seguindo a ordem da Tabela 02 e traz trechos da primeira versão em comparação a reescrita como forma de concretizar o aprendizado. 

(01)  “Quero, quando ficar mais velha, ter todo o conhecimento, ou mais, que meu avô, meu exemplo de pessoa, de caráter, de vida, possui. Tento incansavelmente, passar a minha irmã esse hábito, quero que ela veja como é delicioso saborear uma leitura, como é mágico se transpor para outra vida, outra realidade.” (1ª versão (A).)

“Meu avô sempre me ensinou muito com o aprendizado que obteve nos livros e na experiência de vida. Acho incrível ele ser tão sábio, e assim como ele me passou esse hábito e gosto pela leitura, tento repassá-lo a minha irmã, de 10 anos.” (Reescrita (A).)



Nota-se que apesar do trecho ter ficado menor, ele disse a mesma coisa, porém de uma forma mais simples, mais limpa, tornando assim o entendimento mais fácil. Ao analisar a primeira frase onde “possui” a encerra, nota-se que ele ficou deslocado demasiadamente mal, no entanto na reescrita esse erro não acontece, não teve deslocamentos que deixassem o trecho confuso.

(02)  “Escorrego, e com um gesto involuntário, tentei segurar-me em algo.” (1ª versão (A)).

“Escorrego, e com um gesto involuntário, tento segurar-me em algo.” (Reescrita (A)).

O cuidado com o emprego adequado dos tempos verbais, principalmente, se estiverem na mesma frase e tratem da mesma ação, possibilita ao leitor mais proximidade com o fato narrado. Esta aproximação contribui na formação da imagem da cena.


(03)   “Podem-se fechar os olhos, ou deixá-los abertos, mas se o fizer do primeiro modo, a sensação será desconcertante. Essa sensação é inigualável, sente-se um alívio, de que nada nem ninguém vão abalar sua felicidade momentânea, ou eterna, pois poderá lembrar esse abraço inúmeras vezes.” (1ª versão (A)).

“Podem-se fechar os olhos, ou deixá-los abertos, mas se o fizer do primeiro modo, a sensação será desconcertante, você quererá permanecer envolta nesse abraço pra sempre; pois você está sentindo ele, não havendo nada que atrapalhe esse momento, afinal sua atenção, estando os Olhos fechados, encontra-se apenas ali, no abraço.” (Reescrita (A)).


Obteve-se uma concretude significativa na reescrita, pois na primeira versão diz-se apenas: “a sensação será desconcertante”, mas ela não é explicada de forma que o leitor possa entender o que seria uma sensação desconcertante, no entanto, na reescrita ela é explicada dizendo que é desconcertante, pois ela te dá segurança, te dá vontade de querer permanecer ali no abraço.


(04)  “Trata-se de ma aluna que se esforçou bastante na conquista da vaga. Ela gosta de ler literatura. Tanto romances quanto sobre história brasileira e mundial. Temas ligados à 2ª guerra mundial chamam-lhe bastante atenção. (B) possui receio e um certo “medo” de escrever e reescrever. (1ª versão(A).


“O meu nome, (B), encontra-se na lista de aprovados no vestibular da UFGRS. Certamente não sou a única felizarda, pois assim como eu outros tantos aprovados dirão o mesmo. Entretanto, o que torna este acontecimento especial para mim é a nova oportunidade que estou tendo para concluir o nível superior. Por muito tempo vaguei como as almas do limbo entre as substâncias tóxicas da química, os alicerces da arquitetura e os fios de internet dos tecnólogos em redes de computadores, sem, contudo, concluir qualquer um deles.” (Reescrita (A)).

Para (B) a primeira versão da tarefa 1 constitui-se um texto vago de informações concretas. Não consegue demonstrar nenhuma característica que identifique a autora. Há uma mistura das idéias que a aluna tem em mente. Falhas identificadas pela própria autora ao ler o texto para os colegas, pois sentiu falta de informações. No trecho a seguir nota-se a ausência de unidade temática e de concretude ao serem abordados temas diversos e não possibilitar ao leitor perceber a relação da autora com os fatos relatados. O excerto acima retirado da reescrita reflete a melhora de (B) em relação à unidade temática por centrar-se em apenas um assunto fornecendo também concretude com os parâmetros fornecidos.


(05)  A final, o que significa aprender?”, “Desde o nascimento o ser humano é obrigado a se defrontar com situações não planejadas ou esperadas que, no entanto, resultam em experiências...” (1ª versão).
“A furadeira em minha vida.”, “É interessante como em uma sociedade dita moderna o manuseio de furadeira...” (reescrita).


Na primeira versão da tarefa 2 há reincidência na falta de unidade temática. Percebeu-se que desde a escolha do título não fica claro o que abordado durante o texto.  O assunto abordado nas primeiras linhas, conforme excerto acima é bastante genérico deixando o leitor sem parâmetros necessários para compreender a intenção do autor. Diferentemente estruturado está a reescrita, na qual o tema está evidenciado no título e nas primeiras linhas. Deixando clara e objetiva a intenção ao escrever sobre uma experiência de aprendizagem criando no leitor uma expectativa sobre o assunto.


(06) “Instrução para varrer uma casa”, “... João conduz a parceira vassoura pelos cômodos da casa... e “... assim como fazia com as amigas dançarinas dos salões nos tempos de juventude.” (1ª versão).
“Estando o utensílio entre as mãos segue o segundo passo no qual se escolhe uma das peças da moradia para iniciar a empreitada.” (reescrita).



A prática da escrita e reescrita das tarefas anteriores trouxe um ponto positivo no aprendizado da aluna (B) em relação ao conteúdo teórico de sala de aula. No parecer da tarefa 3, dado pela professora, consta que  o texto abrangem as qualidades discursivas aprendidas. Entretanto, a autora desvia do objetivo de descrever uma instrução, conforme sugere o título ao particularizar em demasia ás memórias do personagem que executa as etapas para varrer uma casa, demonstrados nos trechos acima destacados. A reescrita oportunizou rever a idéia de “processo” e como reescrever de forma diferente e criativa uma tarefa comum, presente no dia a dia. Neste texto (B) centrou-se no processo em si, trazendo o personagem como figura genérica de uma atividade que pode ser executada por qualquer pessoa. Desta forma, um texto mais instrutivo e menos personificado que o anterior.


(07) “É neste ambiente que nós, Clarissa e Nalim, nos defrontamos com nossos próprios conceitos de vida. Sendo levadas e repensá-los, reformulá-los, ou ainda, criá-los. Neste sentido, o curso de graduação em Letras, ao qual satisfatoriamente pertencemos desde o início do ano, provoca em nossas mentes uma avalanche de questionamento e confrontos com nossa própria identidade como alunos. O curso de Letras exige que seus alunos revivam e revisem suas experiências de aprendizagem...” (1ª versão A e B).
 “É neste ambiente que nós, Clarissa e Nalim, nos sentimos estar diante ao espelho ao nos defrontar com nossos próprios conceitos de vida. Tal como folhas de árvore fomos conduzidas nas águas de nossas experiências a rever idéias, sentimentos, reformulando, repensando, ou ainda, criando nas concepções. Neste sentido, o curso de graduação em Letras, ao qual satisfatoriamente pertencemos desde o início do ano, provoca em nossas mentes uma avalanche de questionamentos e confrontos com nossa própria identidade como alunas. A disciplina de Leitura e Produção Textual exige que revivamos e revivemos nossas experiências de aprendizagem tanto no ambiente escolar quanto o externo a ele para que, então, através de uma memorial, possamos compreender nossos conhecimentos...” (Reescrita A e B).


Ao comparar a reescrita com a primeira versão notamos que a reescrita possui maior concretude, do ponto de vista, que explica melhor o motivo do texto que será apresentado em seguida. No primeiro trecho, obtemos de forma curta e talvez não tão clara o que o curso de Letras pede as alunas citadas, porém no segundo trecho, podemos uma explicação mais detalhada do que foi pedido a elas, e que conseqüentemente será mostrado no decorrer do texto. Isso pode ser visto nas partes: “O curso de Letras exige que seus alunos revivam e revisem suas experiências de aprendizagem...” e “A disciplina de Leitura e Produção Textual exige que revivamos e revivemos nossas experiências de aprendizagem tanto no ambiente escolar quanto o externo a ele para que, então, através de uma memorial, possamos compreender nossos conhecimentos...”, se compararmos o segundo em relação ao primeiro notamos que foi dito qual a disciplina em específico exige das alunas / autoras, e de que forma elas irão nos apresentar essa compreensão do conhecimento de ambas, quando que no primeiro sabemos que elas irão relembrar suas experiências de aprendizado.


(08) “A futura professora apresenta o importante papel da literatura como formadora da identidade nacional ao citar exemplos bastantes contundentes de produções significativas...” (1ª versão).

“a futura professora vai ao encontro de nosso entendimento do importante papel da literatura como formadora da identidade nacional ao citar dois exemplos bastante contundentes de produções literárias significativas para este projeto.” (reescrita).



Apresentar em um texto reportagem duas vozes narrativas que se conversem entre si e com o leitor abre precedente para falhas. O que foi constatado ao examinar a quinta tarefa é que as escritoras, no caso as duas alunas, não expressam suas idéias concretamente, ou seja, não se valem de exemplos elucidativos apenas fazem um relato do que foi dito pelo entrevistado. Comparando os trechos acima fica evidente a falta de identificação do narrador no primeiro texto em oposição à reescrita.

CONSEDERAÇÕES FINAIS
As alunas apresentam de forma individual suas percepções e análises quando a disciplina de Leitura e Produção Textual.
 (A) Nesta disciplina foi possível ter uma aproximação maior com os gêneros textuais, pode-se ter uma noção teórica e prática de como um texto deve ser escrito para que seu leitor entenda o que realmente o autor quer dizer, sem deixar margem para um entendimento contrário. A leitura feita em sala de aula para os colegas permite que percebamos na hora da leitura que o texto às vezes não está tão bom, e que não passa a mensagem que queríamos passar. Podemos notar os erros, ou falta de conexão entre as frases, além dos comentários dos colegas que nos dão uma visão externa do texto, nos colocamos como leitores. No meu ver a disciplina possui uma didática simples e que funciona muito bem, apenas o tempo curto do semestre foi o que tornou a disciplina um tanto puxada, já que os alunos não têm somente essa disciplina a cursar. No entanto as leituras em aula, com o acréscimo de opiniões dos colegas, o parecer da professora, os textos de apoio, as explicações da professora em aula, permitem que o aluno consiga fazer um trabalho no mínimo aceitável, além de absorver o senso crítico exposto em aula, e critérios auto-avaliativo, onde no decorrer de uma escrita, temos a percepção de que o texto escrito daquela forma não irá atender os requisitos que devem conter num texto. Enfim, numa análise geral, a disciplina consegue dar conta da proposta inicial.
(B) A produção textual no ambiente acadêmico certamente é um dos mais importantes trabalhos desenvolvidos visto que neste cenário os resultados obtidos com os trabalhos durante a graduação se concretizam através da escrita.  A contínua troca de informações entre gerações deve-se, em particular, aos registros históricos escritos produzidos pelas inúmeras civilizações. Neste sentido, a disciplina de Leitura e Produção Textual tem por premissa contribuir com o aprendizado de alunos tanto do curso de Letras quanto de outras áreas, por acreditar que todos os usuários de uma língua natural devem saber utiliza - lá adequadamente em cada situação comunicativa.
A produção textual auxilia os estudantes a desenvolverem a habilidade da escrita não apensa em gêneros acadêmicos, mas também em outros gêneros que permitem entender o processo de escrita, como melhorá-lo e quais as características relevantes na escrita de um bom texto. Entende-se por “bom texto” aquele que expressa de forma objetiva, concreta e estruturada adequadamente com o contexto. Neste sentido a disciplina alcançou seu propósito ao permitir que os alunos percebam em todos os tipos de leituras a importância de cada dado apresentado, o porquê está ali, e como a sua estrutura influência e se correlaciona com o leitor. O entendimento deste processo alterou a maneira de ler e escrever, pois estas atitudes receberam maior atenção.
Importante considerar o trabalho da disciplina como construtora de conhecimento por ser a teoria uma base importante na criação de texto menos modulares e padronizados que os alunos, ao ingressarem na universidade, trazem em suas concepções escolares. Entendo a relevância de todas as etapas do processo utilizado na cadeira (1ª versão, parecer, reescrita, leitura, comentários dos colegas), entrementes, a apresentação de um segundo parecer, após a reescrita consentiria ao estudante inferir se os apontamentos contidos no primeiro parecer foram satisfeitos, isto contribuiria com seu aprendizado. Quanto mais se sabe, mais se pensa e mais aguçada é a criatividade humana, assim como a comunicação torna-se mais efetiva. A alma humana se enriquece com o saber sendo a universidade a melhor representante deste conhecimento.

BIBLIOGAFIA
ARCOVERDE, Maria Divanira de Lima; Rossana Delmar de Lima. “Produzindo gêneros textuais: o memerial”. Aula 15, Programa Universidade a Distância- UNIDIS- UFPB (Universidade Estadual da Paraíba), 2007.
GUEDES, Paula Coimbra. “Da redação à produção textual: o ensino da escrita. SP. Parábola Editora, 2009.
MARCUSCHI, L.A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In. DIONISSIO, A. P.; MACHADO, A.R. & BEZERRA, M. A. (org.). Gêneros textuais e ensino. RJ: Lucerna, 2002, p. 19 a 32.

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