segunda-feira, 26 de maio de 2014

1ª Versão
Por Aluno 30



Eu já fazia parte daquele projeto em que prestava serviço voluntário em um lar de crianças abandonadas pelos pais a cerca de um ano quando o dia mágico aconteceu.
            Eu só saberia da magia mais tarde, pois meu dia havia começado mal, além de eu já não ter acordado me sentindo bem acabei brigando com algumas pessoas ao longo da manhã e por isso meus problemas pareciam os maiores do mundo. Uma briguinha com minha mãe por não poder ir naquela festa que “todo mundo” ia e que minha paixonite me convidou, uma briga boba – que se resolveu no dia seguinte – com minha melhor amiga, achar que tinha ido mal em uma prova da escola e estar preocupada com a prova da semana seguinte fizeram eu me sentir péssima achando que tudo dava errado pra mim; eu queria fugir de tudo e de todos mas nem poderia ir para casa dormir durante a tarde.
            Quando acabou a minha aula almocei algum lanche ruim no bar da escola, e era ruim porque tinha o gosto do meu “drama”, drama que eu achava que tinha por ser exagerada, intensa e dramática demais.
            O micro ônibus que levaria eu e mais alguns alunos da escola para fazer uma recreação com as crianças daquele lar demorou muito para chegar à alvorada onde ficava a cada da mulher maravilhosa que acolheu as crianças. Chegando lá tudo começou dar certo, o lanche que levamos estava arrumado na mesa, as doações de roupas e comidas que também levamos já estavam quase todas guardadas, as crianças estavam radiantes e tudo parecia maravilhoso até que percebi uma criança nova que nunca tinha participado daquele momento conosco e que não estava entendendo nada do que estava acontecendo então me aproximei dela, Camila era o nome do anjinho que demorou muito pra se soltar e brincar comigo.
            De repente percebemos que nosso tempo tinha acabado sendo, então, hora de voltar para escola e foi no momento da despedida que a magia aconteceu: a Camila veio correndo me abraçar e quase chorando agradeceu por eu existir, dizendo que eu tinha mudado o dia dela, que não queria que eu fosse embora, que eu faria falta, que eu tinha sido maravilhosa, que queria que eu voltasse e que me amava. A menina de aproximadamente 4 anos não fazia ideia de que ela não tinha mudado só meu dia e sim minha vida.
            Na volta para casa chorei feito criança, simplesmente não conseguia lidar com todo aquele amor e com todo o sentimento que estava em mim. A noite foi longa eu que tinha cerca de 13 anos acabava de aprender lições preciosas com uma criança que nunca imaginei conhecer, com ela percebi: que meus problemas não eram tão grandes assim, que meu drama não era um drama, que enquanto eu brigava com a minha mãe por besteira tinha gente muita gente que nem tinha uma mãe, que o que eu dava muita importância não tinha valor nenhum comparado com os problemas maiores que eu poderia ter. Passei a valorizar mais o que eu tinha e a levar meus problemas menos a sério e avalia-los com mais calma, menos intensidade e muito menos exagero, me tornando uma pessoa mais racional e menos dramática e tudo a isso graças a Camila, que continuo a visitando mesmo 5 anos depois.

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