sexta-feira, 16 de maio de 2014

Adolescência & Maternidade

1ª Versão
Por Aluno 42


Fui mãe aos dezesseis anos e confesso ter sido esta, a tarefa mais árdua da minha vida, porém a que mais significou e ainda significa aprendizado dia após dia. Naquela época, meu mundo caiu e tudo parecia desmoronar. Era uma mistura de medo e tristeza ao mesmo tempo, e ainda existia a angústia de ter que contar aos meus pais. Mas apesar do choque, minha mãe me estendeu as mãos em sinal de apoio naquele momento em que tudo parecia perdido.
A maternidade e o casamento eram sonhos de vida pra mim, mas para quando estivesse com uns trinta anos ou mais e depois de muito viajar e de estar formada profissionalmente. Porém não foi bem assim. Ser mãe não fazia parte dos meus sonhos de adolescente. Não era hora de tamanha responsabilidade, mas casei com o meu namorado, casamento este que durou pouco mais de um ano, devido à imaturidade de ambas as partes. Ele aos vinte e um anos era infantil demais, mimado pela mãe e achava que seria mimado por mim, o que não aconteceu. Claro que não estávamos preparados para o mar de desafios que inundavam nossa vida. Mas mesmo muito nova, abri a porta para a responsabilidade que batia. E meu namorado? Continuou sendo só filho no momento em que deveria ser também pai.
Apesar de todas as dificuldades enfrentadas, com a ajuda da minha família não precisei parar de estudar após o nascimento do meu filho, hoje com quinze anos. Claro que a família paterna ajudou, e muito, porque afinal, eu ainda era uma adolescente estudante. Por isso, toda ajuda fora necessária para a criação do bebê.
Aquele pequeno ser fez meu coração saltar de alegria a cada choro de cólica ou a cada sorriso de contentamento. Os primeiros passos, as primeiras palavras, que por sinal não foram papai ou mamãe e sim gol, foram fases inesquecíveis e apaixonantes. Com ele fui aos poucos entendendo os motivos das lágrimas que vez ou outra via escorrerem o rosto da minha mãe. Seja de tristeza, por causa das sutis indelicadezas que praticamos contra as mães, ou de alegria pelos pequenos gestos de carinho, os filhos tem a capacidade de levar seus pais às lágrimas algumas vezes.
Fui aos poucos me tornando mãe e mulher, e como o casamento não deu certo, fui e ainda não deixei de ser “pãe”, mistura de pai e mãe, levando ao colégio, ao futebol, à natação, ao kumon, festinhas, passeios, pediatra, dentista, etc. Ensinei a patinar e andar de bicicleta, a ler e a fazer continhas de somar, como também algo sobre as regiões do Brasil. Aceitei a tarefa com muito medo, mas não me arrependo, apesar de ter a convicção de que adolescência e maternidade não combinam. Adolescente tem que curtir a vida, viver “irresponsavelmente”, namorar, viajar, estudar, etc.

Responsabilidade tamanha na adolescência me deu a oportunidade de ver quão forte uma pessoa se torna ao ver-se único para uma pessoinha dependente, debaixo de suas asas. Essa jornada tem sido trabalhosa sem deixar de ser gratificante, porque se nem tudo são rosas na vida, tampouco tudo será espinhos.

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