1ª Versão
Por Aluno 42
Fui
mãe aos dezesseis anos e confesso ter sido esta, a tarefa mais árdua da minha
vida, porém a que mais significou e ainda significa aprendizado dia após dia.
Naquela época, meu mundo caiu e tudo parecia desmoronar. Era uma mistura de
medo e tristeza ao mesmo tempo, e ainda existia a angústia de ter que contar
aos meus pais. Mas apesar do choque, minha mãe me estendeu as mãos em sinal de
apoio naquele momento em que tudo parecia perdido.
A
maternidade e o casamento eram sonhos de vida pra mim, mas para quando
estivesse com uns trinta anos ou mais e depois de muito viajar e de estar
formada profissionalmente. Porém não foi bem assim. Ser mãe não fazia parte dos
meus sonhos de adolescente. Não era hora de tamanha responsabilidade, mas casei
com o meu namorado, casamento este que durou pouco mais de um ano, devido à imaturidade
de ambas as partes. Ele aos vinte e um anos era infantil demais, mimado pela
mãe e achava que seria mimado por mim, o que não aconteceu. Claro que não estávamos
preparados para o mar de desafios que inundavam nossa vida. Mas mesmo muito
nova, abri a porta para a responsabilidade que batia. E meu namorado? Continuou
sendo só filho no momento em que deveria ser também pai.
Apesar
de todas as dificuldades enfrentadas, com a ajuda da minha família não precisei
parar de estudar após o nascimento do meu filho, hoje com quinze anos. Claro
que a família paterna ajudou, e muito, porque afinal, eu ainda era uma adolescente
estudante. Por isso, toda ajuda fora necessária para a criação do bebê.
Aquele
pequeno ser fez meu coração saltar de alegria a cada choro de cólica ou a cada
sorriso de contentamento. Os primeiros passos, as primeiras palavras, que por
sinal não foram papai ou mamãe e sim gol, foram fases inesquecíveis e
apaixonantes. Com ele fui aos poucos entendendo os motivos das lágrimas que vez
ou outra via escorrerem o rosto da minha mãe. Seja de tristeza, por causa das
sutis indelicadezas que praticamos contra as mães, ou de alegria pelos pequenos
gestos de carinho, os filhos tem a capacidade de levar seus pais às lágrimas
algumas vezes.
Fui
aos poucos me tornando mãe e mulher, e como o casamento não deu certo, fui e
ainda não deixei de ser “pãe”, mistura de pai e mãe, levando ao colégio, ao futebol,
à natação, ao kumon, festinhas, passeios, pediatra, dentista, etc. Ensinei a
patinar e andar de bicicleta, a ler e a fazer continhas de somar, como também
algo sobre as regiões do Brasil. Aceitei a tarefa com muito medo, mas não me
arrependo, apesar de ter a convicção de que adolescência e maternidade não
combinam. Adolescente tem que curtir a vida, viver “irresponsavelmente”,
namorar, viajar, estudar, etc.
Responsabilidade
tamanha na adolescência me deu a oportunidade de ver quão forte uma pessoa se torna
ao ver-se único para uma pessoinha dependente, debaixo de suas asas. Essa jornada
tem sido trabalhosa sem deixar de ser gratificante, porque se nem tudo são
rosas na vida, tampouco tudo será espinhos.
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