terça-feira, 6 de maio de 2014

É preciso saber viver.

Reescrita
Por Aluno 23



Quando eu vim para esse mundo, eu não atinava em nada, hoje eu sou Lúcia Fernanda, iê... Meu camarada. Sim, era pra ser Gabriela, mas sempre quis que fosse Lúcia Fernanda porque desde pequena tenho um grande caso de amor com a música. Não me recordo de nenhum momento em que a música não estivesse presente e se me perguntar qual foi a mais importante não saberei dizer, embora lembro-me de todas que marcaram minha trajetória até aqui.
Desde a barriga da minha mãe “Mãezinha do céu eu não sei rezar, só sei dizer que eu quero te amar” tornou-se o meu alento na hora de dormir. Um pouco mais velha, quando eu já escolhia minhas fitas, todos meus aniversários eram embalados ao som de “segura o tcham, amarra o tcham, segura o tcham tcham tcham tcham tcham”, tudo muito bem coreografado e figurinado por mim e minhas amigas.
Minha família sempre foi muito unida e tudo era motivo para nos reunirmos e fazermos uma festa, com um dos meus tios dj, discos e mixagens nunca faltaram. Era um tal de “Homem primata, capitalista e selvagem ”pra lá ,“Geração coca-cola” pra cá. Todas estas músicas e bandas me fazem viajar no tempo e sentir muita saudade de uma época em que eu usava all star de estrelinha, camiseta do grêmio e tinha cabelo crespo.
A infância passou e logo chegou a adolescência, e foi nesta etapa que houve um marco muito grande na minha vida. Eu e meus pais nos mudamos da casa e do bairro onde morávamos e fomos morar em um condomínio de apartamentos. No meu novo lar conheci muitos amigos novos, mais velhos e com um gosto musical específico, rock. A partir deste momento “Nothing else matters” e “Patience” não paravam de tocar, agora já no som com cd.
O gosto pela música fez com que eu aprendesse a tocar violão para, no mínimo, conseguir  tocar o solo de “Come as you are”, e no final foi muito além disso. O professor de violão se tornou meu namorado e com um grupo de jovens começamos a participar de festivais de música, tocávamos de “Cazuza” até “Roberto Carlos”, ganhamos alguns prêmios e sem dúvida alguma, o melhor de tudo foram os ensaios em estúdios e a animação para os pequenos shows, tocar “IWill Survive” com o coro da plateia não tem preço.
Assim como a infância, a adolescência chegou ao fim, hoje o namoradinho professor de violão se tornou marido e os instrumentos foram trocados por livros. Eu sempre canto para ele “E eu perdi as chaves, mas que cabeça a minha, agora vai ter que ser para toda a vida”, sim essa é a nossa música, cantada pela nossa banda favorita Engenheiros do Hawaii a qual hoje, nos raros momentos em que conseguimos tocar, é o som que fazemos. Estar com os amigos se tornou tarefa difícil em meio à faculdade e ao trabalho, mas nunca abriremos mão de uma boa noite na nossa casa de shows favorita aonde entramos em um túnel do tempo e podemos cantar de “Comer Tatu é bom, que pena que da dor nas costas” até “Só o que eu posso lhe dizer, bom é quando faz mal”.

Olhando minha vida, vejo o quanto todas as canções pelas quais me apaixonei,  chorei e gritei fizeram com que o caminho fosse mais feliz. Hoje eu posso afirmar “Nessa terra de gigantes que trocam vidas por diamantes” eu aprendi que “Se o bem e o mal existem você pode escolher, é preciso saber viver”.

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