Reescrita
Por Aluno 8
Qual
a importância da literatura num mundo tão dinâmico e tecnológico? Para os
jovens, há o interesse pela busca do conhecimento nos livros, ou já estão
ultrapassados?O espaço para a introspecção e a compreensão de obras complexas
acaba ficando em segundo plano diante da tempestade de notícias e novidades das
redes sociais.
“Apenas 5% dos estudantes brasileiros têm “nível
adequado” de leitura”, revelam instrumentos de pesquisa como Prova Brasil,
Saeb, Enem e o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA) em 2010.
Há vários fatores que podem explicar a causa dessa falta de interesse pela leitura. Um deles é o hábito do próprio brasileiro, a valorização da leitura dentro de casa, pois é com a origem desse impulso que a literatura torna-se um legado, e deixa de se parecer com um monstro de sete cabeças.
Falta a introspecção do leitor, a interpretação interior que leva tempo a se formar sobre uma obra, e mais ainda para se tornar crítica. Cada leitura sobre um livro é diferente para cada um de nós, os pontos observados e as impressões individuais são exatamente isso: individuais, singulares, que enriquecem as diferenças na hora de um debate, por exemplo.
Por isso, a pergunta: A literatura deverá se tornar um mito no mundo da tecnologia ou esse mundo será representado por ela? A literatura só permanece viva com os leitores, sem eles, são apenas folhas de papel impressas Eles terão a missão de responder a essa questão e permitir que a leitura seja estimulada, que permaneça em nossa história e se torne não só um hábito, mas um legado para as próximas gerações.
VENTICINQUE, Danilo. O brasileiro
não lê, Revista Época
Site < www.ibge.gov.br>
Há vários fatores que podem explicar a causa dessa falta de interesse pela leitura. Um deles é o hábito do próprio brasileiro, a valorização da leitura dentro de casa, pois é com a origem desse impulso que a literatura torna-se um legado, e deixa de se parecer com um monstro de sete cabeças.
Falta a introspecção do leitor, a interpretação interior que leva tempo a se formar sobre uma obra, e mais ainda para se tornar crítica. Cada leitura sobre um livro é diferente para cada um de nós, os pontos observados e as impressões individuais são exatamente isso: individuais, singulares, que enriquecem as diferenças na hora de um debate, por exemplo.
Por isso, a pergunta: A literatura deverá se tornar um mito no mundo da tecnologia ou esse mundo será representado por ela? A literatura só permanece viva com os leitores, sem eles, são apenas folhas de papel impressas Eles terão a missão de responder a essa questão e permitir que a leitura seja estimulada, que permaneça em nossa história e se torne não só um hábito, mas um legado para as próximas gerações.
Quando uma criança começa desde cedo a
ler, mais fácil será para ela se dar conta do mundo ao seu redor, formar suas
próprias opiniões e se determinar como uma leitora dinâmica. “Meu pai me fazia
ler todos os dias, talvez por isso hoje eu seja tão apaixonada por obras que
parecem estranhas aos outros, como Machado de Assis e José de Alencar”, diz
estudante de Letras da PUCRS, B. W., 19. A influência veio a partir dos
familiares, de exemplos de orientação que estão começando (e tomara que
continuem) a crescer cada vez mais.
Mas não basta apenas isso. Numa
realidade globalizada onde 45 a cada 100 habitantes tem acesso à internet
(Dados IBGE, 2011), o efeito desejado seria o de transpor os limites da
distância, de realizar a leitura a qualquer hora e em qualquer lugar e, no
entanto, não é o que ocorre. Recebemos torrentes de notícias e informações
sobre nós todos os dias, estamos sempre atarefados, com compromissos, mas
sempre guardamos aquele “tempinho” para nos conectar às redes sociais.
“Ah, antes eu tinha tempo de ler, mas
agora não dá mais. Só dá tempo de ler o feed
de notícias mesmo e alguma coisa das leituras obrigatórias”, diz estudante do
Unificado (cursinho), K. O., 17. O “feed de
notícias” é o espaço da rede social Facebook
para os compartilhamentos e interação dos usuários, que realizam diversas
tarefas ao mesmo tempo, que vão de conversar, curtir fotos até compartilhar
opiniões sobre artigos e piadas. Mas todas essas atividades não são realmente
desenvolvidas, elas atrapalham no foco de quem mantém um contato constante com
elas.
“... eles vivem em uma espécie de
presente perpétuo, no qual tudo se equivale e tudo se repete”, afirma José
Castello em seu trecho do artigo A
literatura entre escombros. Na
visão do autor, a tempestade de imagens que recebemos atualmente nos leva a
conhecer mais sobre o mundo, estarmos sempre atualizados sobre a política ou o
mundo da moda, mas isso não nos permite conhecer a nós mesmos.
E é aí que a literatura entra. Ela nos
permite afastar-nos da realidade com histórias vivas e curiosas, mas ao mesmo
tempo nos aproxima ao colocar diante de nós inquietações e dúvidas. Em Dom Casmurro, de Machado de Assis, um
bom leitor é instigado a permanecer em constante dúvida, a se achar intrigado e
a fazer reflexões sobre a questão da obra, até hoje tão debatida e que provoca
tantas divagações no leitor.
Mas se apenas 5% dos estudantes
brasileiros encontram-se na faixa do “aceitável”, como esperar que ocorram as
tais divagações? A literatura torna-se um obstáculo nas obrigações do
estudante, algo que deveria ser enérgico e envolvente acaba se tornando um
martírio.
“Sim, eu leio literatura. Quer dizer, os
livros do vestibular, mas se pudesse, leria coisas mais atuais”, afirma
estudante do Anglo, A. B., 18. A leitura de obras complexas torna-se
ultrapassada, não por não ser capaz de se adequar ao nosso tempo, mas por ser
incompreendida, pela falta do tempo.
As “leituras mais atuais”, ou seja, mais
acessíveis ao público, poderiam (e até deveriam) ser mais utilizadas na escola,
como ponto de partida para a educação de um leitor. A partir do momento em que
se pode estabelecer um interesse, forma-se uma conexão, um elo de afinidade e
intimidade com os livros.
“A
nação não sabe ler. Há 30% dos indivíduos residentes neste país que podem ler; desses
uns 9% não leem letra de mão.”, afirma Machado de Assis em sua crônica, Analfabetismo. Apesar disso, há
estimativas positivas, como a postulada pelo repórter da Revista Época no
artigo O brasileiro não lê, onde se
encontra a informação de que existem 88,2 milhões de leitores no Brasil.
Ocasionais ou não, é uma perspectiva positiva, num país onde é raro achar quem
tenha como hábito a leitura e, mais ainda, quem se esforce de fato na tarefa de
compreender as obras, encontrar tais resultados prova que a literatura está
viva e próxima de nós.
Nunca dispomos de tantos recursos, de
tantos meios para encontrar a informação. Os jovens se encontram afastados das
leituras (apesar dos meios), mas não são todos. Há vários que levarão adiante as
reflexões e as possibilidades que a literatura nos propicia, continuando a
tradição da leitura, da vivacidade dela.
Muitos acreditam que a literatura irá
se tornar um mito, algo imaginário e antigo que cairá da realidade. Entretanto,
há muitos leitores ainda na busca pelo conhecimento pelas imagens do passado,
que se associam tão bem às do futuro, para quem as interpreta.
Estejam as obras na tela de um aparelho
eletrônico ou nas páginas amareladas numa estante de cabeceira, a literatura é
a herança da humanidade. É a nossa forma de observar o mundo, de fazer parte
dele e interagir com ele. O leitor (experiente ou não, mas que tem o contato
com a leitura) deve instigar e espalhar a ideia de leitura, fazer com que esse
patrimônio se propague.
Fontes Bibliográficas
Site
, Brasil
tem obtido avanços na alfabetização
CASTELLO, José. A literatura entre escombros
ASSIS, Machado de. Analfabetismo
Site
, Estudantes brasileiros
leem pouco e mal
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