quarta-feira, 14 de maio de 2014

A Vida Como Ela É

1ª Versão 
Por Aluno 2


No momento em que o tema nos foi apresentado eu me senti indecisa. Conservo viva na mente desde sempre uma frase, que não me recordo onde e de quem ouvi pela primeira vez, e que creio que todos aqui já tenham escutado que diz: viver é aprender. Logo, como escolher um acontecimento isolado que para mim tenha significado um aprendizado? Aceitando que viver é aprender, seria impossível e injusto relegar a um único evento essa função. Vivemos nos aprimorando e o que nos ensinou algo ontem pode não ter o mesmo significado tempos depois, quando, mediante novo e contínuo aprendizado, somos postos diante de outras situações que podem fazer com que corroboremos, ou repensemos nossa experiência anterior. Dessa forma, elegi um evento não por ele próprio, e sim em razão das coisas fundamentais que ocorreram após ele para moldar a pessoa que hoje eu sou.
Quando eu morava com meus pais, as coisas eram bem diferentes. A palavra não foi uma constante no que eu costumo chamar de meu primeiro processo de aprendizado. Eu não podia sair, era proibida de expressar minhas opiniões assim como ouvir as músicas de que gosto, usar as roupas que me agradam, me relacionar com meus amigos e até de cursar uma universidade. Demorou até ter condições para isso, mas tão logo consegui emprego, juntei dinheiro e decidi sair de casa. O que claro, não foi aceito sem insistência. E até mesmo alguma discussão acalorada, mas eu consegui, e é isso o que importa.
Passado o choque inicial, as coisas mudaram: para melhor, obviamente, e então começaram os maiores aprendizados. Soa clichê, eu sei, mas a responsabilidade é um dos aspectos mais significativos e transformadores, que apenas pode ser conhecido pela vivência. Buscar pela carreira profissional ideal veio logo em seguida, assim como a liberdade para me dedicar às coisas que me apraziam, como a escrita, aprender a tocar algum instrumento musical e escolher um curso superior do meu agrado. A independência inicialmente é trabalhosa, mas muito gratificante.
É esse o momento que vivo atualmente, e mesmo que no passado certos momentos não tão bons tenham ocorrido hoje os vejo como partes importantes desse processo, sem as quais é provável que as coisas não tivessem tomado os mesmos rumos, ainda que a mudança de casa tenha sido para mim a mais essencial de todas até mesmo no tocante ao mais precioso dos bens do qual nenhum ser humano deveria ser despojado: a liberdade.

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