A
intenção leve e poética da autora é, sim, instigante, pois, através do tom
casual, aproxima o leitor dos relatos contidos no texto. No entanto, a proposta
textual pede para que os alunos explicitem somente um episódio que lhes rendeu
aprendizado e, todavia, a autora se pôs a trabalhar com uma série de ocorridos,
o que, na reescrita, precisa ser repensado. Se a ideia central do texto estiver
distribuída em várias outras ideias que não tenham uma clara correlação, o
leitor ficará desorientado e terá bastante dificuldade para compreender o
propósito do texto.
É importante,
também, que a autora não incorra em circunlocuções – ou, em outras palavras,
não faça rodeios para descrever ou relatar algo –, pois o texto ficará ainda
menos objetivo e o leitor, ainda mais desorientado. Portanto, quando for
introduzir alguma coisa, evite dar muitas voltas antes de tratar do assunto
diretamente (interjeições e perguntas, ambas em excesso, por exemplo, tornam o
texto menos claro e direto). O tom casual pode, sim, ser mantido, desde que
esteja a serviço de um texto mais prosaico, pois, embora a poeticidade seja
interessante, a proposta atual demanda outras características textuais.
Especialmente
em relação à objetividade, o texto precisa ser melhorado. Para tanto, a autora
pode selecionar as informações com as quais trabalhará na segunda versão da
escrita e pode correlacioná-las, de forma que o texto fique mais homogêneo e
siga uma sequência lógica de ideias. A fim de evitar um emaranhado de informações
não objetivo e pouco preciso, sugere-se o exercício de releitura da primeira
versão do texto e, também, que a autora imagine não conhecer o “eu” descrito no
texto. Ao ter uma visão externa e não subjetiva de seu próprio texto, é
possível detectar mais facilmente as falhas concernentes à objetividade. Em
outras palavras, se a autora, pondo-se no lugar de um leitor ao qual ela é
estranha, não conseguir compreender o texto em sua plenitude, as informações
incompreensíveis saltarão imediatamente à vista. Ao fim, explicite o que achar
necessário, pois assim o entendimento do texto ficará bem mais acessível à
percepção dos leitores.
Por fim, no
corpo do texto foram destacadas tanto as passagens que precisam ser reavaliadas
para a segunda escrita – as quais estão um tanto abstratas e pouco precisas –
quanto os elementos que precisam ser revisados em termos de ortografia e
pontuação. Além disso, é fundamental que a autora dispense a fragmentação do
texto todo em várias orações isoladas por pontos finais, porque, dessa forma, a
leitura transcorrerá de forma pouco fluente.
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