sexta-feira, 4 de julho de 2014

Aprender uma outra língua para além de inglês – para quem serve isso?

Reescrita
Por Aluno 21



         Hoje em dia quase todos os estudantes, no Brasil ou no mundo inteiro, precisam saber falar uma outra língua, pelo menos inglês para entrar na universidade e ler pesquisas acadêmicas que são escritas no idioma mais internacional. Nos países de língua inglesa não parece necessário aprender mais um outro idioma. Mas como se mostra nesse fragmento de um comentário na internet as chances para ser aceitado numa universidade boa nos Estados Unidos depende muito da experiência com outros idiomas:
            'Nos Estados Unidos, para entrar na universidade, os estudantes prestam um exame denominado SAT. Este exame é exigido principalmente quando se trata das boas universidades. Trata-se de um exame unificado, ou seja, é o mesmo para todo país e para todas as universidades.
             Como os americanos consideram o inglês universal, muitos não estudam línguas estrangeiras. Entretanto, a organização que aplica o SAT descobriu já faz muito tempo que estudantes com domínio de línguas estrangeiras destacam-se tanto dos outros que eliminam a menor "chance" de um candidato monoglota ser aceito em uma instituição de ensino de qualidade. Entre todos, e isto é incrível, sobressaem-se especialmente os estudantes de latim e grego clássico.'
         Como esse exemplo mostra, aprender mais uma outra língua, até uma língua mais antiga, deve desenvolver uma capacidade mais profunda que dá vantagens para entrar nas universidades boas. Quais são essas vantagens dos estudos do outro idioma?
            Para discutir esta temática eu falei com Marcia, 46 anos de idade, uma professora da língua alemã que morava na Alemanha por quase vinte anos. Hoje em dia, ela dá aulas particulares de alemão, pessoalmente ou via Skype, e consegue viver dessa profissão. Então, parece que o fascínio de aprender línguas estrangeiras continua. Mas, o que incita as pessoas a se ocupar com mais uma tarefa intelectual além da escola ou dos estudos?
            Ela explica: 'Eu também ensino alunos que tem cinquenta anos ou mais. Para eles, se meter nesta aventura de aprender uma língua nova também significa treinar as suas memórias. Além disso, eles aprendem o modo de vida de um outro país, coisas que mudam o próprio ponto de vista e ajudam ser mais tolerante com o vis-à-vis a longo prazo. E uma vantagem que muitas pessoas não conhecem é que o conhecimento de qualquer outra língua sempre ajuda entender a gramática da língua materna. Nesse exemplo isso se mostra com os alunos nos Estados Unidos, eu acho. Especialmente com a aquisição do idioma latim que tem uma gramática bem complexa.'
            Mas porque os alunos de Márcia estão aprendendo outro idioma, nesse caso, alemão?
            O Paulo tem 23 anos. O cabelo longo e preto cai sobre os ombros dele, com a camiseta preta ele parece bem como um desses jovens que tem só um interesse: música, mais específico música metal. Mas o Paulo está sentado em frente do computador, falando com a Marcia em alemão, ainda algumas frases mais básicas como: 'Welche Farbe hat dein Auto?' (Qual cor tem o seu carro?). Ele começou agora mesmo, três semanas atrás. Perguntado porque ele não tem qualquer outro passatempo, talvez alguma coisa mais esportiva como compensação pelos seus estudos, ele responde: 'Eu gosto de aprender alemão. Eu sempre queria fazer isso. Talvez porque os meus bisavós viessem da Alemanha.' Esporte não seria uma coisa que o interessa muito. Ele explica: 'Se tu falas mais uma língua estrangeira, também ajuda muito no mercado de trabalho'. Faz sentido, mesmo assim, ele estuda direito internacional.
            A campainha está tocando. É a Fernanda chegando pontualmente para aula de alemão no apartamento da Marcia. Elas se conheceram através de uma amiga comum em Heidelberg, onde a Marcia estava estudando. A Fernanda queria fazer uma au-pair na Alemanha e a amiga comum perguntou para a Marcia, se ela conhecia uma família. Ela conhecia. Então, a Fernanda chegou na Alemanha, ficou por um meio ano e agora, quatro anos depois, quer refrescar o conhecimento do alemão dela. Mas porque ela, agora estudando psicologia e antes da Alemanha já falando inglês perfeitamente, não decidiu ir para um pais de língua inglesa? É óbvio que teria sido mais fácil, mais confortável, com menos esforço de tempo e nervos. Porém, para ela ir para um pais como Inglaterra, Austrália ou Canadá não pareceu interessante. 'Eu já estava em Londres por dois anos. Agora, no entanto, eu queria aceitar um desafio novo, uma língua que eu não sabia, nenhuma palavra além de 'Prost!', mas da qual eu já ouvi que seja difícil de aprender', ela conta escrevendo vocabulário num caderno deitado em frente dela.
            No caso da Marcia, o amor à língua foi provocado pelo amor para um homem, quer dizer, um alemão. Ele estava aprendendo português aqui em Porto Alegre por um ano, voltou para Alemanha. Um pouco mais tarde, ela seguiu. 'A minha mãe fala 'Hunsrückisch', um dialeto de alemão. Mas até o encontro com o Peter eu nunca estava pensando sobre aprender aquela língua, nem morar lá um dia', ela se lembra. Então, de um dia para um outro essa mentalidade se alterou e ela, nesse momento da vida apenas com vinte três anos de idade, ficou mais do que quinze anos lá no pais do Goethe e Schiller. Embora o relacionamento não continuasse, o amor pela língua alemã ficou. 'Agora eu não tenho vontade de viajar pela Alemanha ou viver lá de novo. Mas a língua mesma ainda faz parte da minha vida e isso nunca mudará', ela explica, está sentada no sofá, ao lado desse um calendário da cidade, onde ela morava anteriormente, Heidelberg.
            Três pessoas, três estímulos diferentes para aprender uma outra língua para além de inglês, ou seja, simplesmente por causa da utilidade. Por um lado, a descendência, por outro lado um desafio novo e para uma outra pessoa é o amor: os motivos de aprender uma outra língua parecem tão diferentes como as marcas de iogurte no supermercado. E ficando com essa imagem, também cada pessoa tem gosto de um outro idioma, aqui só mostrado exemplarmente com o alemão. Contudo, como todas essas histórias contam, o conhecimento de uma outra língua abre uma janela para um mundo novo, cheio dos hábitos estranhos, seja a comida, a maneira de saudação ou de tomar um banho, seja o trânsito ou a interpretação da amizade e do amor. Resumindo, esse esforço parece valer a pena, além de outras utilidades como um ponto a favor no seu currículo.
            Em resumo, esse professor explica bem o que ele pensa é importante sobre aprender outros idiomas: 'Vivemos em uma sociedade globalizada onde aprender uma segunda língua é vital. Quando estudamos um outro idioma, não apenas nos oferece uma boa oportunidade para o mercado de trabalho, mas também aprendemos o significado de cultura. Conhecer uma outra língua, leva-nos a compreender um outro estilo de vida e desta maneira passamos a entender melhor o modo de ser e pensar de outros povos. Portanto, acredite nesta nova realidade, visto que ser professor é também estar aberto a outros conhecimentos distintos de seu componente curricular.'


           
Bibliografia:

Nenhum comentário:

Postar um comentário