Aluno 84
Reescrita
TEMA: Tempo.
DELIMITAÇÃO DO TEMA: A natureza
sócio-histórica do tempo.
OBJETIVO: Analisar a influência do fator
tempo como responsável pelo atraso da entrega de trabalhos acadêmicos por
estudantes do curso de Letras da UFRGS.
PROBLEMA: Estudantes do curso de Letras não
entregam trabalhos no prazo estabelecido porque não têm tempo suficiente para
fazê-los.
HIPÓTESE: Os estudantes têm dificuldade em
cumprir prazos devido ao estado de estresse gerado pela grande demanda de
tarefas acadêmicas.
ARGUMENTOS:
1) Dados concretos: Pesquisa realizada com universitários
mostrou que grande parte deles apresentava alto nível de estresse.
2) Autoridade: Estudos observam que a sobrecarga de tarefas
gera um estado de estresse que prejudica o organismo e, por sua vez, o
desempenho dos estudantes.
CONTRA-ARGUMENTOS:
1) Falta de tempo é desculpa de quem não se planeja.
2) O estudo de qualidade independe da quantidade de horas,
mas da maneira como é realizado.
ANÁLISE
SOBRE A RELAÇÃO ENTRE O ATRASO NA ENTREGA E A DEMANDA DE TRABALHOS ACADÊMICOS
DO CURSO DE LETRAS DA UFRGS
Nos dias atuais, a falta de tempo é um
problema comum, constantemente associado à vida das pessoas. Nesse contexto, entregar
projetos da universidade é algo que faz parte da rotina de qualquer estudante.
Com uma agenda lotada de compromissos, com diversos trabalhos para concluir, disciplinas
para estudar e livros para ler, é comum não conseguir terminar algum desses
projetos a tempo. Estudantes da graduação de
Letras da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, por exemplo, argumentam que o motivo pelo atraso na entrega de trabalhos acadêmicos
está ligado à falta de tempo suficiente para fazê-los, tendo em vista a grande
demanda de avaliações e leituras exigidas pelo curso.
De fato, o curso concentra alta carga horária semestral. Constata-se
que, no primeiro ano de estudos, os calouros de Licenciatura em Letras (Língua Portuguesa
e Literaturas de Língua Portuguesa) já se deparam com 54 créditos obrigatórios.
Considerando a presença de disciplinas que exigem a leitura de obras completas,
como “Leituras Orientadas” e as voltadas para o estudo das Literaturas, o
currículo amplia ainda mais a carga de estudos, tanto em sala de aula quanto
extraclasse. Nessa rotina, o fator estresse pode ser determinante no desempenho
acadêmico.
Uma pesquisa realizada com 192 estudantes universitários
de uma Instituição de Ensino Superior da região noroeste do Rio Grande do Sul
investigou a relação entre estresse e desempenho acadêmico. O estudo,
intitulado “Estresse e desempenho acadêmico em estudantes universitários”,
verificou que a maioria da amostra (74%) possuía estresse. Conciliar a rotina
acadêmica com os outros afazeres diários, como emprego e tarefas domésticas, é
uma situação que expõe os estudantes a demandas e pressões excessivas. Segundo Rios
(2006), “a sobrecarga, aliada a fatores externos e em confronto com o perfil
interno do indivíduo, produz stress.”
(p. 50). Dessa forma, o alto nível de exigências acadêmicas desenvolve um
ambiente propício a um estado de estresse, cujos fatores prejudiciais ao
organismo do indivíduo são expressos em sinais corporais:
No
plano biofisiológico, observa-se em muitos estudos que os indivíduos expostos a
episódios de stress apresentam
algumas manifestações que explicam as alterações metabólicas no seu todo. As
manifestações nervosas em geral surgem na forma de dores de cabeça que aparecem
a qualquer hora do dia, irritabilidade, angústia e crises de pânico, vertigens,
suores, sensação de frio e de calor, insônias, dores no tórax ou perturbações
em nível da sexualidade. (RIOS, 2006, p. 39)
Por outro lado, a dispersão é um grande gatilho da falta
de tempo. A tecnologia é hoje uma responsável pelo desperdício de tempo do dia
a dia – nesse caso, se torna uma concorrente que disputa e ocupa o tempo que
poderia ser destinado aos estudos. Limitar o uso das redes sociais virtuais é
importante parar priorizar as demandas da universidade. Além disso, são muitos
os fatores que contribuem para que o estudo tenha qualidade – independentemente
da quantidade de horas que seja destinada para ele. Os fundamentais são:
concentração, método, ambiente e motivação. O planejamento, aliado ao modo
adequado de estudar, aumentam o aproveitamento do aluno para a realização das
tarefas acadêmicas no prazo. Assim, mesmo sob a pressão do turbilhão de
atividades, é preciso se acostumar a planejar antes para executar posteriormente.
O fato é que o estresse é inevitável face às constantes
adaptações que se impõem necessárias às pessoas, visto que está presente em
situações que exigem capacidade de adaptação da mente e do corpo. O período
acadêmico não se constitui exceção, exigindo que o estudante universitário
vivencie uma série de mudanças, podendo precipitar o aparecimento de estresse,
bem como alterações no seu estado físico. Dessa maneira, o estudante cujo
metabolismo esteja afetado pelo estresse, motivado pela grande demanda de atribuições
e consequente falta de tempo para executá-las, sofre as consequências desse
desequilíbrio, o que pode prejudicar o seu desempenho no cumprimento das
tarefas da universidade.
Referências bibliográficas
MONDARDO,
Anelise Hauschild; PEDON, Elisangela Aparecida. Estresse e desempenho acadêmico em estudantes universitários. Revista
de Ciências Humanas Educação, Frederico Westphalen, n.6, v.6, p.159-180. 2005.
Disponível em:
<http://revistas.fw.uri.br/index.php/revistadech/article/view/262>
Acesso em: 26 jun. 2016.
RIOS,
Olga de Fátima Leite. Níveis de stress e depressão em estudantes
universitários. São Paulo, 2006. Disponível em:
<http://www.sapientia.pucsp.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=3356>
Acesso em: 19 jun. 2016.
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