sexta-feira, 1 de julho de 2016

O VALOR DA VIDA

Aluno 83
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Nossas vidas são feitas de fatos e acontecimentos, que quase nunca nos marcam, ou fazem valer a pena serem ditos. Talvez a aprovação no vestibular, alguma descoberta pessoal, mas um fato, algo que ainda te causa algum sentimento, não consigo lembrar bem, talvez algo recente, que ainda me causa arrepios.
            Resido em São Leopoldo, e sempre costumo caminhar em volta do condomínio que moro, mas naquelas duas últimas semanas estava cansada de ficar fazendo voltas sempre no mesmo lugar, e resolvi seguir uma rota diferente, indo caminhar até outro bairro vizinho.
            No caminho passo por uma rua longa, onde há mais fábricas, e somente mais adiante temos casas e algum comércio. Como sempre caminho olhando para todos os lados, hoje em dia, ainda mais naquela região, é perigoso andar sozinha, mas eu nunca vi nada de suspeito, e quando chego à altura da área residencial já é bem mais tranquilo estar.
            Porém naquela tarde passando a fábrica, e atravessando a rua avistei, de longe, o que parecia ser um mendigo deitado no chão, em frente a um restaurante, que àquela hora estava fechado. Atravessei a rua e segui reto sem olhar para o sujeito. Fiz meu percurso normal, e estava retornando para casa quando passei novamente pelo mendigo, e vi um carro parar e dizer que ia ligar para a samu. Minha curiosidade foi maior, e quando olhei bem para aquele mendigo deitado, percebi que ele não estava deitado e sim caído no chão, os olhos esbugalhados e de sua boca saia uma espuma branca. Ele estava morto.
            Fiquei completamente atordoada, e aquela imagem ainda vaga no meu inconsciente. Não sei qual a causa da morte do sujeito, provavelmente uma overdose, não sei, e talvez um mendigo morto não devesse mexer tanto com a vida de uma pessoa, afinal ele é tratado com um ser marginalizado pela sociedade. Mas essa pessoa vem de algum lugar, provavelmente tinha uma família, ele não aparentava ter mais de quarenta anos.
            Venho passando por um momento pessoal que volto a valorizar a vida, e ver uma ser desperdiçada dessa maneira me deixou incomodada, me fez olhar para a minha e perceber se estou fazendo o possível para aproveitá-la, afinal, hoje estou aqui falando com vocês, mas não sabemos o dia de amanhã e o que a vida nos reserva. Então devemos fazer o máximo hoje, e sempre procurar evoluirmos como seres humanos. Algo que estou trabalhando a fundo nesses últimos dias.

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