1ª versão: pequenas observações: cuidar a colocação de aspas
(faria essa parte do teu título como a “A flor ‘do Ala’”, ou A flor “do Ala”,
ou “A flor do Ala”) e a sinalização de diálogo (“- Entra tu primeiro [...]” – poderia
fazer o que tu fez nos diálogos seguintes: incluí-los entre aspas para que se
distingam do resto da narração).
Observação principal: concordo com as qualidades apontadas
pelo parecer – a narração é fluída e bem-escrita, e o leitor pode empatizar
facilmente com o assunto (especialmente porque tu soa bastante natural: “velho,
não são seis horas da manhã [...]”, por exemplo, demonstra ótima oralidade e
cotidianidade). O problema acaba sendo a temática, que não é detalhada o
suficiente. Há uma indicação de causalidade na tua conclusão, que liga o evento
do teu avô com o teu autodescobrimento, mas resta, para o proveito do leitor,
explicitar mais como isso acontece. Para esse propósito, alguns elementos
poderiam ser exemplificados: o significado da flor-metáfora para tu e a tua
avó, o teu relacionamento com o teu avô, o porquê da tua afeição (não quero,
porém, dizer que não haja importância: muito pelo contrário, há um conflito
contundente e relevante a muitos de nós na perda de um ente querido – e essas
qualidades ficam ainda mais fortes quando o leitor entende mais e, portanto,
empatiza melhor).
2ª: pequenas observações: separaria a explicação “que davam
duas mãos da minha” ao colocá-la entre parênteses ou travessões, assim evitando
uma falsa concordância com “morena, gélida e cheirosa”.
Observação principal: a narração está mais coesa devido à
simplificação dos últimos trechos, quando comparada à 1ª versão. São menos
elementos para desviar a atenção do leitor e um tanto mais de detalhe. As
demais qualidades se mantêm. Porém, ainda acho que falta detalhar a vivência e
a importância do teu avô, fazer com que o leitor saiba quem foi o teu avô da
maneira que tu mesmo sabe – ou, mais razoavelmente, de uma maneira aproximada a
isso. Que características fizeram o teu avô alguém tão ligado, tão forte para
ti? Também penso que, para melhor efeito da conclusão, poderia antecipar o
conflito que é resolvido na aprendizagem. Instigaria bastante o leitor se ele
soubesse de quão diferente tu era antes daquela resolução. Há grande potencial
neste texto, pois tu tem um bom olho para detalhes, estética e expressão: os
momentos em que tu expõe trechos da vivência do teu avô me fizeram querer
conhecer mais, por exemplo.
Abraços.
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