sexta-feira, 1 de julho de 2016

Comentário por 90

1ª versão: pequenas observações: cuidar a colocação de aspas (faria essa parte do teu título como a “A flor ‘do Ala’”, ou A flor “do Ala”, ou “A flor do Ala”) e a sinalização de diálogo (“- Entra tu primeiro [...]” – poderia fazer o que tu fez nos diálogos seguintes: incluí-los entre aspas para que se distingam do resto da narração).
Observação principal: concordo com as qualidades apontadas pelo parecer – a narração é fluída e bem-escrita, e o leitor pode empatizar facilmente com o assunto (especialmente porque tu soa bastante natural: “velho, não são seis horas da manhã [...]”, por exemplo, demonstra ótima oralidade e cotidianidade). O problema acaba sendo a temática, que não é detalhada o suficiente. Há uma indicação de causalidade na tua conclusão, que liga o evento do teu avô com o teu autodescobrimento, mas resta, para o proveito do leitor, explicitar mais como isso acontece. Para esse propósito, alguns elementos poderiam ser exemplificados: o significado da flor-metáfora para tu e a tua avó, o teu relacionamento com o teu avô, o porquê da tua afeição (não quero, porém, dizer que não haja importância: muito pelo contrário, há um conflito contundente e relevante a muitos de nós na perda de um ente querido – e essas qualidades ficam ainda mais fortes quando o leitor entende mais e, portanto, empatiza melhor).
2ª: pequenas observações: separaria a explicação “que davam duas mãos da minha” ao colocá-la entre parênteses ou travessões, assim evitando uma falsa concordância com “morena, gélida e cheirosa”.
Observação principal: a narração está mais coesa devido à simplificação dos últimos trechos, quando comparada à 1ª versão. São menos elementos para desviar a atenção do leitor e um tanto mais de detalhe. As demais qualidades se mantêm. Porém, ainda acho que falta detalhar a vivência e a importância do teu avô, fazer com que o leitor saiba quem foi o teu avô da maneira que tu mesmo sabe – ou, mais razoavelmente, de uma maneira aproximada a isso. Que características fizeram o teu avô alguém tão ligado, tão forte para ti? Também penso que, para melhor efeito da conclusão, poderia antecipar o conflito que é resolvido na aprendizagem. Instigaria bastante o leitor se ele soubesse de quão diferente tu era antes daquela resolução. Há grande potencial neste texto, pois tu tem um bom olho para detalhes, estética e expressão: os momentos em que tu expõe trechos da vivência do teu avô me fizeram querer conhecer mais, por exemplo.

Abraços.

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