quarta-feira, 13 de julho de 2016

Um olhar sobre a unidade temática em produções de alunos do primeiro semestre do curso de Letras

LET 01431 - LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTUAL
Professora: Lucia Rottava 


Resumo 

Este artigo apresenta uma análise da produção de textos realizados por três estudantes do primeiro semestre de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, na disciplina de Leitura e Produção Textual, a partir do conceito de unidade temática proposto por Paulo Coimbra Guedes em sua obra Da Redação à Produção Textual. O objetivo deste trabalho é compreender a frequente dificuldade por parte dos alunos em relação às qualidades discursivas solicitadas, com foco especial na unidade temática. Os resultados da análise indicam que a dificuldade dos estudantes em relação a essa qualidade discursiva é frequente. O seu aperfeiçoamento se dá na medida em que se dialoga com diferentes interlocutores e adquire-se novas perspectivas da produção textual.

Palavras-chave: unidade temática, produção textual, texto, leitura, processo, reescrita.
















Introdução

A premissa deste trabalho é a frequente dificuldade por parte do aluno, ao ingressar na universidade, de aplicar as qualidades discursivas que o texto acadêmico exige. O desenvolvimento do processo de escrita e reescrita é, portanto, fundamental para a consolidação das melhores práticas textuais.
A partir dessa constatação, utilizamos o conceito de unidade temática proposto por Guedes para orientar a análise qualitativa do percurso percorrido na produção de cinco textos de três estudantes, com foco na primeira versão de cada trabalho, passando pelo caminho das reformulações, até chegar no momento da reescrita, sempre observando o desenvolvimento da qualidade discursiva exigida em cada tarefa.
O artigo é dividido por cada tema proposto pela disciplina: apresentação pessoal, narração, descrição, memorial de leitura e texto argumentativo. A cada tópico, são explorados os pareceres da ministrante da cadeira para cada um dos textos dos estudantes e o diálogo estabelecido com a versão final dos textos. 















No livro Da Redação Escolar ao Texto: Um Manual de Redação, publicado em 2004, Guedes lança alguns conceitos importantes para a elaboração da produção textual. Antes de iniciar esses conceitos, Guedes situa o leitor em sua definição de produção de texto: “Produção de texto expressa a ação de escrever textos como um trabalho”. Segundo o autor, o processo de produção textual não se trata de compor ou redigir, mas sim de produzir, transformar, mudar, “mediante uma ação humana, o estado da natureza com vistas a um interesse humano.”
Paralelo a isso, temos a definição de linguagem como um meio de comunicação, um conjunto de códigos pelo qual o emissor busca passar sua mensagem, que terá de ser decodificada pelo receptor. Para que a mensagem seja compreendida, conforme o autor, é necessário que não haja ruídos no meio da comunicação. Nesses “ruídos” podemos incluir, entre outros fatores, a falta de clareza do emissor ao expor sua mensagem. A falta de clareza pode se dever a vários fatores, definidos e conceituados por Guedes em seu livro. Entre eles, citamos a unidade temática, que será desenvolvida neste artigo.
Unidade temática é o que se refere ao assunto que queremos descrever, defender, desenvolver, seja num texto acadêmico, seja em qualquer outra expressão de escrita. O conceito se baseia na ideia predominante em nosso texto, nosso centro de informação, a síntese de nossa produção. Como definido por Guedes, corresponde à pergunta – explícita ou não – que responde ao texto: “Do que se trata esse texto? Qual é o assunto, a ideia principal?”
Considerado um dos pontos fundamentais de um texto, muito alunos encontram dificuldade para estabelecer, ou deixar claro, uma unidade temática em suas produções. Muitas vezes, esse equívoco se deve ao fato de que queremos exprimir a maior quantidade de informação, a fim de deixar claro nosso pensamento acerca do tema proposto. Entretanto, ao fazermos isso, nos perdemos em realação à unidade temática, como observado por Guedes: “(...) somos infinitos, e não há texto, por maior que seja, que possa dar conta de tudo. É preciso, por isso, escolher uma e apenas uma questão para apresentar”. (GUEDES, 2004. Ed. UFRGS. Página 92.)
        Unidade temática é o eixo por onde deve girar todo o desenvolvimento de um texto. Se o leitor não consegue encontrar esse eixo, a qualidade do que se está sendo lido pode ficar comprometida. Para não nos perdemos em deixar esse referencial claro para o nosso leitor, um “truque”, citado por Guedes, é fazer com que o texto induza uma pergunta, mesmo que ela não seja propriamente formulada, mas que o leitor cria na cabeça ao ter contato com o texto. É como deixar um gancho que o leitor vai, ao longo da leitura, ligando com outras partes do texto.
        A seguir, analisamos qualitativamente cinco produções textuais (escrita e reescrita) de três alunos ao longo do primeiro semestre do curso de Letras da UFRGS, na cadeira de Leitura e Produção Textual. A pesquisa foca no conceito de unidade temática, nas dificuldades com o desenvolvimento dessa ideia e nas oscilações ao tentar explicitar um único tema. Como parâmetro para nossa investigação, além do conceito de unidade temática proposto por Guedes, utilizamos os pareceres fornecidos após a entrega da primeira versão de cada tarefa.

Apresentação pessoal

Um texto de apresentação pessoal, segundo Guedes, “tem a utilidade, do ponto de vista de quem o escreve, de fixar a autoimagem momentânea, que pode funcionar como ponto de partida de um maior conhecimento”.
No texto de apresentação pessoal, o problema da listagem de fatos é encontrado na produção de Aluno 72, que narra, por meio de tópicos, algumas fases de suas vida:

“Entrei na escola, com sete anos, no início do último semestre. Tudo bem.
Quando me formei no Ensino Médio, estava em dúvida entre fazer Psicologia ou Artes. Fiz Contabilidade. Após três semestres cursados, larguei tudo e comecei a fazer cursinho para tentar Jornalismo. Hoje estou nas Letras, e se me encontrei?” (Texto original, proposta 1. 2016)

Temos aqui uma minibiografia. Esse recurso, entretanto, não confere unidade temática ao texto. A aluna, ao fazer uso da listagem, parece mais “se esconder” do que se apresentar. “Tratar de tudo um pouco equivale a tratar de tudo um muito pouco, do que resulta não um texto mas uma lista quase sempre desordenada de pequenos dados, que não chegarão a compor um todo.” (GUEDES, 2009)
Na reescrita, a estudante enfatizou sua aparente falta de constância na vida. Apesar de ainda apresentar problemas na unidade temática, conseguiu, a partir do terceiro parágrafo, estabelecer uma linha de raciocício mais clara e definida, além de dialogar melhor com o leitor.
77 também não respeita o critério proposto por Guedes, conforme o parecer: 

“A unidade temática que pincela a sua escrita parece ser exatamente o fato de escrever. Na passagem ‘Comecei a escrever aos catorze anos, numa competição entre um grupo de pessoas que escreviam’, no primeiro parágrafo, parece que você vai utilizar uma evolução histórica para se apresentar, percorrendo sua adolescência até a chegada à universidade, utilizando a ideia do ato de escrever. Contudo, no seu segundo parágrafo, algumas ideias se afastam da unidade temática, como o fato de sua mãe ser pintora e as aulas dadas que te levaram a eleger a licenciatura. Já no fim desse parágrafo, você parece resgatar a introdução, mas agora atrelando a todas as artes que despertam interesse”. (ROTTAVA, Parecer, proposta 1. 2016)

A aluna aborda vários aspectos de sua vida sem focar em uma peculiaridade para descrever-se e apresentar-se. Em sua reescrita, suprimiu alguns elementos que dispersavam o tema do texto para manter um foco, que, mesmo após esse processo, não é de fácil delimitação por parte do leitor, por abordar a escrita e o percurso até seu ingresso no curso de Letras. Ou seja, a escolha se manteve por mais de um aspecto.
O estudante Aluno 76 também apresentou problemas na unidade temática, apesar de não repetir o equívoco da listagem, conforme o parecer de Rottava: 

“O seu primeiro parágrafo não apresenta uma unidade temática bem consistente, mas ele também não é uma listagem. Ou seja, ele só se propõe a introduzir sua apresentação. Já no segundo parágrafo a unida temática parece estar mais delimitada: o jeito que você faz/faria as coisas. (...) Se a unidade temática é o jeito que você vê as coisas, você poderia selecionar informações a seu respeito que tem relação com essa característica, e aprofundar mais seus exemplos sobre elas”. (ROTTAVA. Parecer proposta 1, 2016) 

Após o parecer da professora e da intervenção dos colegas, o aluno optou, em seu processo de reescrita, por um texto mais sintético e objetivo, descartando informações que dispersavam a unidade temática e o foco da narrativa.

Narração

Nessa segunda proposta, a aluna 72 parece acertar quanto à unidade temática, entretanto, ainda assim comete o equívoco da listagem. Nesse caso, a listagem de fragmentos aparece para apoiar e desenvolver o tema do texto, como podemos observar no trecho que segue:

“Hoje eu vi uma senhora morrer. Doze horas e trinta minutos. Talvez um pouco mais. Talvez um pouco menos. Uma parada de ônibus. Uma cidade grande. (...)
Ela estava ao meu lado; agora seu corpo jaz no chão sujo do centro de uma cidade grande e eu continuo parada, imóvel. Ela também está parada, imóvel. A base da bengala ainda na calçada. O corpo frio no chão.” (Texto original, proposta 2)

Contudo, é arriscado girar o eixo temático por meio de uma listagem. Se a unidade temática não fosse evidenciada logo no início, talvez a estudante se perdesse um pouco do sentido do texto, em razão da lista de fatos, como aponta o parecer:

“Você organiza uma listagem de fragmentos que imitam fatos ocorridos para dar uma ideia do que aconteceu, mais em função de uma reflexão filosófica que em função da narração de um fato propriamente dito. (...) O fato a ser narrado é muito bom, e funciona muito bem como unidade temática, então o ideal seria você mantê-lo e explorá-lo mais profundamente, de modo que você conduza seu leitor a algum objetivo, expondo, por exemplo, a sua aprendizagem.” (ROTTAVA, Parecer, porposta 2, 2016)

Nessa segunda proposta, a unidade temática do texto de Aluno 77 é de difícil percepção, conforme o parecer: 

E ainda, qual é o acontecimento propriamente dito? Eu sugeriria que você refizesse o recorte da sua temática. Parece haver três momentos em seu texto. Primeiramente, com sua introdução, você fala sobre a credibilidade de seu texto; porém, você não só não desenvolve, como não volta a falar sobre credibilidade ao decorrer do texto. Em segundo lugar, há as características de seu gato e a fuga dele que me parecem ser a temática central de seu texto; e, sendo assim, você poderia garantir que seu texto se mantenha focado nessa temática. Por fim, o terceiro momento é a respeito do seu hábito de escrever.  (ROTTAVA, Parecer, proposta 2, 2016)

A aluna perde o foco e aborda três aspectos diferentes em sua narração, tornando, assim, a unidade temática pouco delimitada e confusa ao leitor. Os dados abordados, no texto original, parecem desconectos e perdidos no texto. Para a reescrita, 77 optou por focar somente na sua temática central: o seu gato e a fuga dele. Dessa forma, a narração obteve unidade e delimitação, tornando-se coerente e dialogando com o leitor.
Já Aluno 76, que escreveu sobre um suposto dia de trabalho como pedreiro em Berlim, recebeu elogios em seu parecer (“texto está muito bem escrito”), com destaque para a concretude (“muito bem trabalhada, pois seus exemplos sustentam a veracidade da sua narrativa, construindo um espaço que expõe, de fato, o seu ponto de vista”) e o questionamento (“outra qualidade discursiva bem trabalhada em seu texto”). Entretanto, mais uma vez, verificou-se problemas na unidade temática: 

“O leitor tem vontade de descobrir o que vai acontecer no final do seu texto. Contudo, ele teria que estar à disposição de um fato mais específico dentro daquilo que você escolheu contar. Essa escolha interfere na unidade temática diretamente, porque quanto mais fatos você descrever, mais você estará ‘dissipando’ a unidade temática.
A sua unidade temática parece oscilar entre focos narrativos que podem ser muito bem explorados. Por exemplo, você prefere descrever o trabalho em si ou o momento de lazer ao final do expediente? Como a maioria dos seus parágrafos descrevem mais ‘o rito de trabalho’, sugiro que você invista nesse ponto, tentando homogeneizar o texto em função da unidade temática. Lembre-se da interlocução: algumas informações precisam passar por um recorte, ou seja, nem tudo precisa ser dito.” (ROTTAVA, Parecer atividade 2, 2016)

Na reescrita, Aluno 76 afirma, em seu diário dialogado, “em nome da unidade temática”, ter aberto mão de alguns episódios de sua narrativa. O resultado final parece ter agradado o estudante, que tirou uma lição importante do exercício: “É preciso, em determinado momento da produção textual, se distanciar do texto. Ser menos emocional e pessoal para não contaminar o texto com informações desnecessárias”.

Descrição
Nesta terceira proposta, Aluna 72 não atende ao que foi pedido. Seu texto gira em torno de uma narrativa, e não sobre uma descrição do evento apontado em seu texto. Em razão disso, a unidade temática se perde não suprindo o que foi solicitado como tarefa. Em vez de descrever, a aluna se perde, criando uma narrativa, não explicitando dessa maneira um processo a ser realizado. 
Para sua reescrita, foi proposto que ela descrevesse, a partir da narritiva contada, algum processo, elegendo uma unidade temática para ser descrita. Para isso, foram dadas algumas sugestões em seu parecer:

“Nesse processo, algumas coisas terão mais importância que outras. É importante pensar nisso, pois o seu foco descritivo será menos amplo que o narrativo.
Além disso, lembre-se que uma estrutura descritiva de texto propõe uma solução para o processo, ou seja, ele precisa ser finalizado.” (ROTTAVA, Parecer atividade 3, 2016)
Entretanto, na reescrita, a aluna não supriu às exigências. Conseguiu, razoavelmente, transformar a narrativa num processo a ser instruído a alguém, deixando mais clara a unidade temática. Todavia, não propôs uma solução, um fim para sua instrução.
Por outro lado, o conceito de unidade temática parece ter sido finalmente apreendido por 76 na terceira tarefa. No parecer de Rottava, não há menções a esse critério, mesmo que o foco descritivo não esteja perfeitamente delimitado, o que não comprometeu a produção:  “O seu foco descritivo parece oscilar um pouco entre o processo de começar o dia e o processo de preparar o café. É evidente que ambas em seu texto estão correlacionadas. No entanto, a meu ver, o seu processo é a preparação do café. O texto está muito bom.”
Nesta terceira produção, 77, assim como 76, manteve uma unidade temática bem clara e definida ao escolher descrever o processo de limpeza do quarto. Para a reescrita, ateve-se aos elementos descritivos, conferindo maior concretude ao texto final a fim de que o leitor, assim, construísse uma imagem consistente do processo retratado. 

Memorial de Leitura
Na quarta proposta realizada, Alunaa 72 desenvolveu e manteve sua unidade temática. Todavia, seu texto não é considerado claro, de acordo com o parecer:

“Por outro lado, em seus primeiros dois parágrafos, você não traz argumentos concretos para seu leitor. Primeiramente, você fala sobre memória e como alguns livros não ficaram em sua memória, mas perceba que explicações como ‘não me tocava’, ‘mente já gasta com o tempo’, não são expressões claras o suficiente para seu leitor entender.” (ROTTAVA, Parecer atividade 4, 2016)
A unidade temática é mantida, porém, os argumentos que a sustentam são vagos e não objetivos, gerando um texto enrolado, que não proporciona fluidez à leitura. Isso gera aqueles “ruídos” na transmissão da mensagem ao receptor. Há um tema, uma unidade temática, um assunto que será abordado ao longo do texto. Entretanto, tais ruídos ofuscam, de certa forma, a mensagem e o tema trabalhado no texto.
Em sua quarta produção textual, 77 não conseguiu atingir o conceito de unidade temática, pois, sendo um memorial de leitura, não deixou explícito o livro que seria o centro da sua produção.
Seu texto, a princípio, dispõe-se a falar sobre um percurso de leitura, logo, essa seria a temática central do texto, a unidade temática. Contudo, perceba que você não amarra a temática nem a um livro específico (que poderia ser o primeiro livro lido, ou o livro mais marcante), nem a uma linha de leituras periódicas. Ou seja, o texto parece um pouco solto, seu leitor não está bem guiado dentro do seu texto. (ROTTAVA, Parecer atividade 4, 2016)
Nesse sentido, em sua reescrita, a aluna empenhou-se em tomar uma obra como tema, e sua escolha foi por A Metamorfose, de Franz Kafka. Ao mesmo tempo que narra a sua experiência de letramento, desde o âmbito familiar até o escolar, e suas preferências literárias, a estudante enfatiza a obra como a leitura que marcou e influenciou de forma direta na sua escolha pelo curso de Letras.
Mais uma vez, 76 tem sucesso no cumprimento da proposta de escrita, sem desrespeitar o critério da unidade temática, como mostra o parecer de Rottava: “Há uma temática central, e essa temática é sobre sua trajetória de leitura; o texto é bastante objetivo e traz termos concretos em diversos momentos”. Nessa tarefa, as principais mudanças sugeridas na reescrita são de caráter exclusivamente formal (aplicação das normas da ABNT). 


Texto argumentativo

Nessa última proposta, Aluna 72 desenvolve e articula bem seus argumentos, de forma a manter uma unidade temática. Todavia, falta concretude no embasamento de suas ideias, tornando o texto não adequado para a proposta. Para a reescrita, foi lhe proposto que usasse dados para dar veracidade ao seu texto, ajudando a manter a concretude, o que foi realizado. Entretanto, a aluna não atendeu ao critério de esquematização proposto, nem na primeira versão de seu texto, nem na sua versão final. 
77 também não segue o critério de esquematização do artigo de opinião. Apesar de delimitar bem sua unidade temática, a concretude fica pouco desenvolvida. Em sua reescrita, a aluna adiciona a folha inicial com os esquemas propostos em aula e que ajudam a orientar de maneira efetiva a tarefa.
Já 76 parece ter atingido uma boa performance no que tange a todas as qualidades discursivas do texto (“está muito bem escrito e de acordo com a proposta”), sendo a única sugestão para reescrita de ordem formal, com foco no aprimoramento da folha do esquema da produção textual.
  
 Considerações finais

Em virtude do que foi analisado, podemos concluir que a unidade temática é o elemento que sustenta e dá forma ao texto acadêmico. Nesse sentido, observamos que existe uma dificuldade dos estudantes em delimitar e focar em um só aspecto, tendo em vista que raramente essa qualidade discursiva, como proposta por Guedes, é abordada no Ensino Médio.
A partir dos exercícios e atividades de reescrita, com foco na construção de uma unidade temática, foi notada uma crescente melhora nos textos dos alunos. Para isso, é fundamental o conceito de processo proposto por Rottava em A Leitura e a Escrita na Pesquisa e no Ensino (1998): “Os leitores podem fazer diferentes leituras sempre que estiverem imbuídos de um novo propósito, ou quando as leituras forem discutidas com diferentes interlocutores”.
Fica evidente que a aplicação e o desenvolvimento das qualidades discursivas fazem parte de um processo de construção que está relacionado com a interação de diferentes interlocutores, com as diversas perspectivas e com a reescrita dos textos, para, enfim, obter um aperfeiçoamento das qualidades discursivas do texto. “O processo pode ser entendido como recursivo e reflexivo, exigindo do aprendiz uma prática intensiva e um trabalho colaborativo de gerar e integrar ideias” (ROTTAVA, 1998).
Nesse sentido, percebe-se um desenvolvimento da produção dos estudantes não apenas por meio de seu trabalho individual de leitura, escrita e reescrita, mas também com a ajuda da opinião dos colegas após a leitura dos textos em sala de aula e a posterior consolidação em um parecer emitido pela professora.


Referências bibliográficas

GUEDES, Paulo C. Da redação à produção textual: o ensino da escrita. SP: Parábola Editorial, 2009. 

ROTTAVA, Lucia. A Leitura e a Escrita na Pesquisa e no Ensino. Espaços da Escola, Ijuí, 1998. 




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