sábado, 20 de maio de 2017

Aprendendo e reaprendendo

ALUNO 155
1 VERSAO


Na escola a professora pediu uma poema aos seus alunos de dez anos, muito pouco tínhamos visto da vida, sobre o que escreveríamos? Eu fiz um poema sobre o sol, basicamente dizendo o como ele brilhava e me agradava. Ganhei uma estrelinha e um parabéns da professora. Fiquei encanta e achando que seria escritora de poemas famosos.
No fundamental as histórias ganharam mais brilho e inventos. Parecia que os brilhos das estrelinhas da professora estavam voltando, pois a liberdade de criar era imensa. Um tema, uma história e inúmeras possibilidades de criação. A professora muito atenciosa lia todas as nossas histórias com muito amor e nos incentivava a continuar. A cada parabéns escrito no topo do meu texto mais vontade eu tinha de escrever. E assim foi o ensino fundamental, muitas aventuras, muitas idas a biblioteca, e agora uma ganancia de ser uma escritora não só de poemas ou histórias pequenas, queria eu escrever romances inteiros. Mas os anos foram passando e o ensino médio foi chegando e com ele o foco havia mudado agora vocês estão mais velhos e devem aprender a forma padrão de se escrever, disse a professora.
Mas o que ela queria dizer afinal de contas com forma padrão? Aos poucos fui entendendo que o que ela queria dizer com forma padrão, era a redação para o vestibular. Uma introdução, dois desenvolvimentos e uma conclusão. E no meio dessa forma a história deve ser contada como a banca avaliadora quer ler, e não mais o que eu quero escrever. Agora estava eu no escuro, apenas reproduzindo uma receita para ser aprovada no vestibular. E as estrelas que brilhavam no topo das páginas dos meus textos tinham se apagado de vez.  
Mesmo cansada de reproduzir textos para o vestibular, eu ainda sonhava com as histórias que não escrevia. Demorou um tempo para eu entender que não existiam limites para a escrita, eu podia ter um padrão para o vestibular e ao mesmo tempo escrever as minhas histórias que tanto me alegravam na infância. Posso não ser uma escritora de sucesso como eu sonhava aos dez anos. Mas mesmo assim ainda posso continuar escrevendo, tenho penas que ir me adaptando a cada tipo de situação.  E agora descubro que os brilhos não eram das estrelas no papel e sim a imaginação brilhando.


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