sábado, 20 de maio de 2017

Como comecei a escrever

Aluno 175
1 versao


Evocando minhas memórias de infância, percebo que perdi muitas delas sobre o ato da escrita nessa fase, por isso concluo que minhas práticas textuais, nessa época, não passavam do que era produzido na escola e dessa maneira simples e convencional comecei a escrever.
Passada essa etapa inicial e começado o estágio da adolescência, um diário, preenchido carinhosamente por minha mãe com registros desde o meu nascimento, fez-se presente e necessário na minha vida. Comecei a fazer pequenos registros no meu diário pessoal com pouco vocabulário, de modo que eles não passavam da quinta linha, além disso, lembro da dificuldade que tinha para iniciar o texto e para terminá-lo, hoje, analisando esse fato, consigo diagnosticar o que me faltava: o hábito da leitura.
Além do contato com o texto por meio do diário, nessa fase da adolescência, minhas produções textuais escolares também eram muito presentes e satisfatórias, já que precisava escrever usando diferentes características linguísticas, desde a dissertação até a narração, e diferentes gêneros, desde os mais líricos poemas até as resenhas mais críticas. Nesse estágio escolar, no qual a produção textual é em grande escala, principalmente para registros das aulas no caderno, necessidade que sempre tive para ter êxito no aprendizado, recordo de não ter consciência do ato da escrita, ou seja, escrever era uma ação automática, e, portanto, muitos erros e estereótipos textuais foram sendo carregados ao longo desses anos.
Finalmente, já na fase adulta, com uma carga de leitura um pouco maior, descobrindo uma afinidade com a literatura e com o português e com o objetivo de ingressar em um curso superior de letras minha escrita começou a ser consciente, nesse contexto descobri o peso que as palavras têm, desconstruí muitos mitos sobre a linguagem escrita e encontrei um prazer muito particular escrevendo poesias, tudo isso instigada por muitos mestres que tive durante o curso pré vestibular.
A partir dessa retrospectiva, torna-se nítido que a escrita é um processo no qual a base e a cobrança escolar são necessárias, que a leitura é essencial e por fim que a tentativa de explorar as palavras, os textos e as ideias é a chave que abre a porta da consciência que desvincula a escrita dos estereótipos adquiridos e que implica o prazer de expressar sua linguagem, carregada de personalidade, por meio de palavras.


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