Aluno 175
1 versao
Evocando minhas memórias
de infância, percebo que perdi muitas delas sobre o ato da escrita nessa fase,
por isso concluo que minhas práticas textuais, nessa época, não passavam do que
era produzido na escola e dessa maneira simples e convencional comecei a
escrever.
Passada essa etapa
inicial e começado o estágio da adolescência, um diário, preenchido
carinhosamente por minha mãe com registros desde o meu nascimento, fez-se
presente e necessário na minha vida. Comecei a fazer pequenos registros no meu
diário pessoal com pouco vocabulário, de modo que eles não passavam da quinta linha,
além disso, lembro da dificuldade que tinha para iniciar o texto e para
terminá-lo, hoje, analisando esse fato, consigo diagnosticar o que me faltava:
o hábito da leitura.
Além do contato com o
texto por meio do diário, nessa fase da adolescência, minhas produções textuais
escolares também eram muito presentes e satisfatórias, já que precisava
escrever usando diferentes características linguísticas, desde a dissertação
até a narração, e diferentes gêneros, desde os mais líricos poemas até as
resenhas mais críticas. Nesse estágio escolar, no qual a produção textual é em
grande escala, principalmente para registros das aulas no caderno, necessidade
que sempre tive para ter êxito no aprendizado, recordo de não ter consciência
do ato da escrita, ou seja, escrever era uma ação automática, e, portanto, muitos
erros e estereótipos textuais foram sendo carregados ao longo desses anos.
Finalmente, já na fase
adulta, com uma carga de leitura um pouco maior, descobrindo uma afinidade com
a literatura e com o português e com o objetivo de ingressar em um curso
superior de letras minha escrita começou a ser consciente, nesse contexto
descobri o peso que as palavras têm, desconstruí muitos mitos sobre a linguagem
escrita e encontrei um prazer muito particular escrevendo poesias, tudo isso
instigada por muitos mestres que tive durante o curso pré vestibular.
A partir dessa retrospectiva,
torna-se nítido que a escrita é um processo no qual a base e a cobrança escolar
são necessárias, que a leitura é essencial e por fim que a tentativa de
explorar as palavras, os textos e as ideias é a chave que abre a porta da
consciência que desvincula a escrita dos estereótipos adquiridos e que implica
o prazer de expressar sua linguagem, carregada de personalidade, por meio de
palavras.
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