sábado, 20 de maio de 2017

Como comecei/aprendi a escrever

Aluno 148
1 versao


Existe uma convicção geral dentro do meio histórico, que é nos ensinada na escola, de que a Pré-História se torna História propriamente dita com o surgimento da escrita. Embora possam haver discordâncias teóricas sobre esta afirmação, quando penso sobre ela lembro de minha própria realidade pois, desde que me conheço por gente, tenho memórias minhas relacionadas ao ato de escrever.
Desde muito pequena eu vivia com livros na mão, mesmo na época em que as únicas coisas que eu compreendia neles eram as figuras, não o que estava escrito. Mas quando eu miraculosamente descobria o significado de alguma palavra, passava a escrevê-la repetidamente em qualquer papel que aparecia no caminho, me sentindo muito inteligente e agindo como se aquela palavra fosse a coisa mais incrível do mundo. Meus pais e familiares falavam com alegria “Olha! Ela já tá escrevendo!” e na minha concepção da época, com mais ou menos 6 anos, eu realmente estava.
Conforme fui crescendo o conceito de escrita apresentou-se de forma diferente e, de repente, a menina prodígio não sabia mais escrever. O encantamento infantil que eu tinha com as palavras ficou em segundo plano, dando lugar à visão mecanizada da escrita, que deveria ser feita sob regras, em formato rígido, sempre com uma finalidade e atrelado a uma nota, a uma obrigação.
Se me perguntarem hoje se sei escrever, provavelmente pensarei um pouco na resposta pois, durante a vida, tive que aprender a escrever duas vezes. Tenho duas mãos perfeitamente funcionais, capazes de segurar um lápis ou digitar, logo sei grafar palavras. Mas será que com essas mesmas mãos consigo escrever um bom livro ou poema?

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