Reescrita
Aluno 115
É
estranho pensar em como aprendi a escrever, pois, embora, seja uma tarefa que
pratico todos os dias, não lembro com exatidão o momento em que passei a
dominá-la. Aprender a escrever é como aprender a andar ou a cortar um alimento:
alguém lhe mostra como fazer e você repete por toda a vida sem perceber.
Confesso
que fui uma criança que fugia das palavras e sempre optava pelos livros cheios
de imagens. Foram as figuras que me despertaram o desejo de escrever. Adorava representar minhas ideias através de
desenhos, e quando passei a dominar os sinais gráficos, percebi que podia
usá-los para o mesmo fim.
Acredito
que o fato de gostar de desenhar, é o que me fez ter uma aptidão a escrever poemas, visto que
esses são textos muito descritivos, que parecem ilustrar a mensagem através das
palavras. Um exemplo pra sustentar minha justificativa é o verso de Camões:
“amor é fogo que arde sem se ver...”. Não é incrível, que ao ler o verso
enxergamos literalmente o amor?!
Adorava
rimar e montar o máximo de versos possíveis, e tinha muita facilidade nisso.
Tanto é, que em minha trajetória com a escrita, os meus textos mais
reconhecidos foram poemas. Um momento em especial, me faz perceber que mesmo
depois da infância ainda guardei a facilidade com as rimas. Foi numa gincana escolar do ensino médio, em
que me foi dada a tarefa de escrever uma poesia sobre a Semana Farroupilha.
Queria
fazer um texto que levasse o primeiro lugar, não por ter a melhor rima mas por
emocionar os jurados, e esse seria um objetivo não tão difícil de alcançar,
visto que é mais fácil expressar sentimentos através da poesia- eis o motivo
pelo qual mais gosto dela. Foi buscando nos objetos da tradição gaúcha que
encontrei a inspiração necessária para atingir o meu propósito: todos
aplaudiram quando o poema foi declamado e minha equipe saiu vitoriosa.
Assim
como andar ou cortar, escrever também é um processo. A prática da escrita
permite, cada vez mais, eu me aproximar das palavras e usá-las para melhor me
expressar.
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