Aluno 146
Reescrita
Aprender a
escrever meu nome foi a primeira experiência que tive com a escrita, o marco
inicial dessa atividade fundamental. Após o encanto infantil de redigir minhas
próprias letras ser apagado pela chegada obrigatória das disciplinas escolares,
como a matemática, a geografia, etc, a vontade de escrever foi reduzida à
necessidade para passar de ano.
Simultaneamente com a escola, tive uma
infância envolta de muitos amigos e divertimentos, que naquela primeira década
dos anos 2000 nos servia de variadas plataformas de videogame, jogos de
tabuleiro e o célebre Yu-Gi-Oh (cartas de duelo que era uma "febre"
na época). Curiosamente, ressurgiu a vontade de escrever nessa fase agitada da
minha vida. Por quê?
Imagine não
menos do que 10 pessoas, entre crianças e adolescentes, numa algazarra diária
nos corredores de um condomínio; além das partidas de Yu-Gi-Oh, fazíamos uso de
um enorme mapa em folha A3 para imaginarmos uma aventura medieval em partidas
de RPG. Querendo tornar o jogo o mais original possível, cada um fazia a sua
parte em termos de criação de conteúdo, escrevendo a biografia de seus
personagens e as situações em que cada um se envolveria.
Eu, tentando
parecer o mais criativo do grupo, não fazia caso de elaborar roteiros para os
menos imaginativos, contanto que eles não me fizessem ficar de fora do jogo.
Foi nesse ambiente de "exploração" fraternal que vi-me, pela primeira
vez, sendo capaz de fazer uso da arte de escrever para manter-me identificável
num grupo, sendo reconhecido por ter uma imaginação fértil.
Eis a
resposta. A escrita tornou-se outra vez estimulante quando me vi beneficiado
por ela ao ser estimado entre meus próximos; e quando eu menos percebia o quão
valioso era o ato de escrever, já estava criando versões minhas de histórias
épicas que me chamavam atenção desde aquele tempo. Não me estendia muito na
elaboração do que escrevia, sabendo mesmo que não havia ânimo de minha parte
para mostrar a alguem o que produzia. Mas cada vez que pegava um lápis e
rabiscava algo no papel, surgia na minha mente aquelas imagens que via nos
filmes e ligava-as às que ocorriam nos corredores de meu prédio. A inspiração
era evidente.
Todas estas
possibilidades de se escrever para tornar o entretenimento entre meus amigos
mais animado foi de grande utilidade, que hoje me fazem ciente do quão
importante foi ter esse momento de criação individual para estimular a minha
criatividade de escrita.
22/04/2017
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