sábado, 20 de maio de 2017

Redescobrindo a escrever

Aluno 146
Reescrita


Aprender a escrever meu nome foi a primeira experiência que tive com a escrita, o marco inicial dessa atividade fundamental. Após o encanto infantil de redigir minhas próprias letras ser apagado pela chegada obrigatória das disciplinas escolares, como a matemática, a geografia, etc, a vontade de escrever foi reduzida à necessidade para passar de ano.
 Simultaneamente com a escola, tive uma infância envolta de muitos amigos e divertimentos, que naquela primeira década dos anos 2000 nos servia de variadas plataformas de videogame, jogos de tabuleiro e o célebre Yu-Gi-Oh (cartas de duelo que era uma "febre" na época). Curiosamente, ressurgiu a vontade de escrever nessa fase agitada da minha vida. Por quê?
Imagine não menos do que 10 pessoas, entre crianças e adolescentes, numa algazarra diária nos corredores de um condomínio; além das partidas de Yu-Gi-Oh, fazíamos uso de um enorme mapa em folha A3 para imaginarmos uma aventura medieval em partidas de RPG. Querendo tornar o jogo o mais original possível, cada um fazia a sua parte em termos de criação de conteúdo, escrevendo a biografia de seus personagens e as situações em que cada um se envolveria.
Eu, tentando parecer o mais criativo do grupo, não fazia caso de elaborar roteiros para os menos imaginativos, contanto que eles não me fizessem ficar de fora do jogo. Foi nesse ambiente de "exploração" fraternal que vi-me, pela primeira vez, sendo capaz de fazer uso da arte de escrever para manter-me identificável num grupo, sendo reconhecido por ter uma imaginação fértil.
Eis a resposta. A escrita tornou-se outra vez estimulante quando me vi beneficiado por ela ao ser estimado entre meus próximos; e quando eu menos percebia o quão valioso era o ato de escrever, já estava criando versões minhas de histórias épicas que me chamavam atenção desde aquele tempo. Não me estendia muito na elaboração do que escrevia, sabendo mesmo que não havia ânimo de minha parte para mostrar a alguem o que produzia. Mas cada vez que pegava um lápis e rabiscava algo no papel, surgia na minha mente aquelas imagens que via nos filmes e ligava-as às que ocorriam nos corredores de meu prédio. A inspiração era evidente.
Todas estas possibilidades de se escrever para tornar o entretenimento entre meus amigos mais animado foi de grande utilidade, que hoje me fazem ciente do quão importante foi ter esse momento de criação individual para estimular a minha criatividade de escrita.

22/04/2017


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