1 Versão
Aluno 63
Uma e meia. De tarde. E eu aqui, sentada nesse sofá bege. Bege? Ou cor creme? Não importa. Mas a sala de espera é azul, para acalmar. Não está adiantando. Ainda estou nervosa, ou seria ansiosa? Não sei, a única coisa que me vem à cabeça são imagens do tamanho, do peso, da cor... Penso se vou gostar dele e se ele vai gostar de mim. Essa sala está parecendo tão grande. E dentro dela estou me perdendo em todos os pensamentos que me fazem imaginar com quem ele será parecido ou não. Será que vou ter coragem de o segurar? Será que seremos amigos? Não sei. Só sei que está demorando muito para me chamarem. Será que aconteceu alguma coisa? Alguma coisa ruim, naturalmente. Não. Para! Nem pensa nesse tipo de coisa, guria! Está tudo bem e logo vão te chamar. Mais 10, 15 minutos se passaram. E, finalmente: a porta abriu! É a enfermeira e ela está dizendo que posso entrar. Mas não sei se consigo. Claro que consigo! Certo. Tudo bem. Estou indo. Entrei no quarto e a primeira visão que tenho é de um lugar calmo. Ela está deitada sobre a cama hospitalar e ao seu lado um berço. Mas parce vazio. Está vazio? Um passo a frente e: não, não está vazio! Ele está lá. Pequeno. Quase gordinho. Os poucos cabelos que lhe cobrem a cabeça são escuros. Os olhos cerrados e todo o resto do corpo coberto por um fino cobertor azul. Deve ser para acalmar, afinal, ele parece calmo. Abro um leve sorriso emocionado e o dou um beijo que quer dizer: bem-vindo ao mundo, meu irmão!
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