Reescrita
Por Aluno 24 e Aluno 36
Ao decorrer dos anos, para nos tornarmos bons
leitores, fomos treinados para adquirir habilidades que nos permitem reconhecer
os traços que diferenciam as letras e que nos proporcionam o entendimento do
nosso sistema de escrita; num primeiro momento, como da aquisição de leitura
tivemos o nosso contato inicial com o alfabeto, onde o objetivo principal é
reconhecer as letras; o segundo passo vem a ser o reconhecimento de sons de
cada sílaba e formação de palavras e, assim consequentemente chegamos ao objetivo
central que é a construção do ato de
ler. Por fim. para a assimilação de uma leitura, o leitor precisa decodificar
as palavras e associá-las com seus significados, a principio parece uma tarefa
fácil, porém diante da grande
dificuldade de compreensão e associação de sentidos que o leitor tem com seus textos fica
evidente que esse sistema mecanizado não
funciona sem por cento.
Como parte desse processo de leitura, como
leitores iniciantes, tivemos como experiência o processo de decodificação que
nos permitiu, num primeiro momento, elucidar a compreensão da leitura, porem
não conseguimos inter-relacionarmos com o texto para produzir o sentido da
leitura. No texto da autora Lucia de Rottava (1998) "A leitura e a escrita
na pesquisa e no ensino", temos um esclarecimento maior de como é esse
processo no qual a escritora chama de "botton
up", que remete a ideia de que ler, é, extração de sentidos em relação
ao processo de decodificação dos elementos que estão contidos no texto, ou
seja, não se atribui sentidos, apenas busca compreender o que já esta
pré-determinado como sentido certo do texto. Devido a isso, podemos afirmar que
até hoje, esse ideal de leitura é predominante e, tem sido um grande causador
do fracasso do leitor, diante de várias leituras. Uma das grandes dificuldades
que se pode perceber é que o leitor não consegue atribuir sentidos ao que se
lê, visto que, em suas práticas de leitura sempre fora incentivado a
interpretar os códigos linguísticos e não a extrair ou interagir com o texto
para construir sentido da leitura.
Devido a este fato, muitas pessoas, assim como
nós, encontram dificuldades de compreensão e reflexão sobre determinados
textos. Em seu artigo, "A leitura em contexto acadêmico: o processo de
construção de sentidos dos alunos de primeiro semestre do curso de
letras", a autora Rottava (2012), aborda o quanto a prevalência do
processo de decodificação na leitura prejudica o leitor. Neste artigo, a autora
cita Kleppa (2012), para tratar da falta de familiaridade com a leitura em contexto
acadêmico, dos integrantes do curso de Biologia. É interessante observar que
muito nos identificamos com esses alunos, pois sentimos dificuldades em relação
à leitura, devido a pouca familiaridade com termos técnicos, utilizados em meio
acadêmico. Segundo Rottava (2012), a leitura é um processo que ainda está em
desenvolvimento e a familiaridade com essas práticas sociais não é automática.
A autora também cita Silva (2007), neste mesmo artigo, ao afirmar que os alunos
no início de graduação precisam de amadurecimento teórico para compreender e
para perceber a complexidade dos conceitos, e para fazer analogias e perceber a
intertextualidade que perpassa os textos.
Podemos concluir que grande parte das nossas
dificuldades de compreensão de leitura advém de uma falta de amadurecimento
teórico, juntamente com o ideal de leitura predominante, destacado no início do
texto. Não podendo esquecer que, de acordo com Rottava (2012), as práticas de leitura se diferem, de cada
sujeito-leitor, cultural e socialmente das experiências de outros sujeitos. Por
esse motivo, tratamos neste texto de uma experiência vivenciada por muitas
pessoas, no se refere a compreensão de leitura.
Bibliografia:
ROTTAVA, Lucia. A
leitura e a escrita na pesquisa e no ensino. Espaço da escola. V. 4, nº27,
p.61-68, 1998.
ROTTAVA, Lucia. A
leitura em contexto acadêmico: o processo de construção de sentido de alunos do
primeiro semestre do curso de letras. Signo. V. 37, nº63, p.160-179, 2012.
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