terça-feira, 24 de junho de 2014

Os dois lados da mesma moeda: a leitura.

Reescrita
Por Aluno 18



A leitura sempre fez parte da minha vida. Com sete e oito anos eu não sabia, mas os vários livros que ganhava de presente, todos coloridos, cheios de figuras e com textos pequenos já faziam parte da formação do meu conhecimento e exerciam um incentivo – além do que o escolar pode exercer – ao interesse pela leitura. Meu principal contato com leitura ocorreu entre o fim do Ensino Fundamental e o início do Ensino Médio. Nesta época, finalmente conheci a influência que a Literatura pode exercer na vida de alguém – e comigo não seria diferente. Para fugir de algumas aulas, escondia-me na biblioteca da escola durante horas e devorava aqueles livros que tanto me intrigavam. Infelizmente, as aulas nunca me despertaram interesse pela leitura, sempre enxerguei o conteúdo da sala de aula como algo isolado da leitura social e interessante, sem papéis importantes para que eu tenha me interessado por ela. Onde as aulas falharam?
A maneira como a leitura foi abordada na escola foi equivocada. A linguagem usada nos textos trazidos era inacessível, com muitas informações novas e sem parâmetros. Não existia interesse de uma discussão sobre os temas abordados; havia apenas uma decodificação de informações, não uma construção de sentido, uma maneira mais pragmática de ver a leitura. Por isso, desisti de tentar entender aquelas aulas e tratei de conhecer não só a literatura, mas qualquer leitura que pudesse ensinar-me algo importante para a vida por conta própria, sem incentivo da escola. No entanto, nem todos os alunos possuem a mesma vontade e/ou meios para tal. Por isso é tão importante que temas mais próximos da realidade dos alunos sejam trabalhados. A partir disso, percebi que “a leitura só é parte da construção do conhecimento como prática social que se insere nas práticas discursivas de que o leitor participa no cotidiano” (ROTTAVA, 2000, p. 13). Infelizmente, nunca entenderia as aulas se a maneira do professor se comunicar e os textos trazidos não mudassem, não fossem interessantes e não fizessem parte do meu conhecimento prévio.
A leitura está em qualquer parte: em contas, placas, anúncios, cartas. Porém, para que ela seja vista como algo importante e indispensável, mas, acima de tudo, acessível, precisa-se trabalhar a ideia de que “grande parte dessa responsabilidade – de despertar, incentivar e motivar a leitura – é também dos pais, que devem proporcionar aos seus filhos o acesso às publicações e incentivá-los à leitura” (ROTTAVA, 2000, p. 13). E nenhuma deve, portanto, ser desprezada, pois “a leitura está ligada a diferentes propósitos do leitor que, por sua vez, estão ligados ao contexto situacional e às expectativas sociais” (ROTTAVA, 2000, p. 14).
Por fim, os dois lados da moeda – a leitura dentro e fora da escola – estavam ligados e, com um questionamento maior, percebe-se que escola tem um papel muito importante no incentivo da leitura. Se trabalhada para os alunos e não para cumprir obrigações, mais próxima de seus alunos, cumprirá seu papel: informar, ensinar, entreter, questionar, etc. A leitura da escola e aquela fora dela são as mesmas, porém vistas e trabalhadas de maneiras distintas.



Referência:



ROTTAVA, Lucia. A Importância da Leitura na Construção do Conhecimento. Espaços da Escola, Editora Unijuí. Jan./Mar.2000.

Nenhum comentário:

Postar um comentário