1ª Versão
Por Aluno 25
Por Aluno 25
Memórias de uma Gueixa é o livro que
me vem à cabeça ao ser solicitada a escrever um memorial de minha vida
literária, a qual, apesar da idade, não é longa. Nunca fui muito de ler e isso
nunca me foi cobrado em casa por meus pais. Comecei a ler tardiamente. Uma
lástima.
“Grande parte dessa responsabilidade é também dos pais, que
devem proporcionar aos seus filhos o acesso às publicações e incentivá-los á
leitura”. (ROTTAVA, Lucia. Jan./Mar. 2000)
Na escola não tenho lembranças de
leitura, a não ser aquela coisa chata e obrigatória trazida pela professora,
mais ou menos como cita Lucia Rottava em seu texto “A Leitura e a Escrita na Pesquisa e no Ensino” e que após a leitura
do mesmo as coisas começam a fazer sentido, consigo entender o porquê de o
gosto pela leitura começar já na fase adulta para muitos:
“O papel do
aluno era determinado pelo material, as atividades a desempenhar se restringiam
às operações linguísticas prescritas pelo professor. A atividade de intervenção
do professor se limitava a verificar a forma correta dessas prescrições, marcar
os erros e orientar os aprendizes para “bons” exercícios e livros de gramática;
o professor exercia um papel somente de avaliador de uma tarefa eminentemente
escolar”.
Lembro-me do livro de Érico
Veríssimo, “As aventuras do avião
vermelho”, do livro, que fique bem claro, pois da história não tenho
memória, apenas que li e reli várias vezes e que gostava muito de uma
ilustração específica do livro. Tive que ir ao Google procurar sobre este livro
e, perdão, mas certamente terei que recorrer a esta ferramenta no decorrer de
minha escrita.
Outra memória que tenho é de que li
Poliana e Poliana Moça, muito clichê, eu entendo, mas no começo dos anos 80 era
o máximo, nem lembro quem me deu ou o porquê de ter lido ambos, muito menos
sobre o que tratava cada um dos livros.
Escrever este Memorial me deixa a
cada linha mais certa de que, definitivamente, perdi muitos neurônios em minha
adolescência. Que triste, pois o esforço mental é grande para me lembrar de
poucas leituras.
“Buenas”, voltemos às memórias,
minhas e não da gueixa, ainda, não se preocupe que falarei dela.
Eu tinha 17 ou 18 anos quando um amigo
me disse para ler “Admirável Mundo Novo” de – pausa para “googlear” – Aldous
Huxley. Como vivíamos sem o Google? Ok, eu entendo, por isso temos menos
neurônios e nossas (minha) memórias já não funcionam tão bem. Mas voltando ao
Mundo Novo, o qual me lembro um pouco mais do que os outros livros que já
mencionei, lembro que achei a história muito interessante e que já naquela
época achei o assunto ainda atual, pois o livro é de 1932. Em 2013 assisti ao
filme americano “Soylent Green”, mesmo assunto do livro do Huxley, um futuro
hipotético onde pessoas são controladas psicologicamente por aqueles que detêm
o poder através de uma “droga” (a qual Huxley chamou de Soma) ou um “alimento”
(tabletes verdes chamados Soylent Green no filme d mesmo nome). Uma loucura que
não vejo como possível em um mundo onde cada vez mais se questiona sobre o
certo e o errado.
Em 1995, ganhei de meu tio o livro
“Mundo de Sofia” de Jostein Gaarder, em uma tentativa de me aproximar da
leitura, acredito eu, não obstante seja ele um leitor assíduo desde sempre. Absurdo,
mas não me lembro do conteúdo, apenas que demorei muito a ler e tive que ler e
reler várias partes, pois achei um livro difícil. Sabe aqueles livros que queremos
reler? Este é um dos meus, de repente meu conhecimento prévio na época não era
suficiente para a leitura deste livro e hoje filosofia é um assunto que me
desperta interesse.
“A compreensão
de um texto é um processo que se caracteriza pela utilização do conhecimento
prévio: o leitor utiliza na leitura o que ele já sabe, o conhecimento adquirido
ao longo de sua vida.” (KLEIMAN, Angela 1995, p. 13)
“...a pouca
familiaridade com o assunto pode causar incompreensão.” (KLEIMAN, Angela 1995,
p. 20)
Passei alguns anos sem ler algo
significativo, pois lembro que quando morei em Londres lia muito os jornais e
revistas para ajudar no aprendizado do inglês, mas não me recordo de ler
livros. Apesar disso reconheço que adquiri um bom conhecimento de mundo.
Quando voltei de viagem e fiz 2 anos
do curso de Geografia na PUCRS gostei dos livros de geopolítica, em especial “A
Nova Ordem Mundial” de José William Vesentini, tenho um apego especial por este
livro, o qual ainda está em minha prateleira, porque mesmo sendo de 1995 ainda
pode ser útil, já que trata dos acontecimentos no mundo entre 1989 e 1991, como
a queda do muro de Berlim e a dissolução da União Soviética.
Comecei a faculdade de direito já com
26 anos e assim passei anos lendo sobre normas jurídicas, Códigos de leis e
livros de todos os direitos, com predileção, sempre, pelo direito civil. Porém,
penso que toda essa leitura acadêmica tenha sido para formar mais um
conhecimento enciclopédico do que de mundo.
E depois de anos lendo sobre direito
comecei a ler livros diversos, de tudo um pouco como se diz coloquialmente e em
2005 entra a história do livro com o qual comecei este memorial, Memórias de
uma Gueixa, meu primeiro livro em inglês lido do começo ao fim, gostei tanto que
o li duas vezes e depois, claro, assisti ao filme. Desde então minha carga
literária vem aumentando e agora na Faculdade de Letras posso dizer que a cada
semana. Devo admitir que nem tudo que leio gosto, mas como já disse uma vez em
outro texto meu “preciso experimentar porque só assim poderei dizer se gosto ou
não gosto” (FERNANDES, Luciana E..2014).
Minha biblioteca é pequena, mas bem
eclética.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FERNANDES, Luciana E.. Aprendendo a comer. Tarefa II da
disciplina Leitura e Produção Textual. In: http://textosletras1sem.blogspot.com.br/2014/05/aprendendo-comer_21.html,
2014
KLEIMAN,
Angela. Texto e Leitor:
Aspectos Cognitivos da Leitura. 4ª Edição. Ed. Campinas, SP: Pontes, 1995.
ROTTAVA, Lucia. A Leitura e a Escrita na Pesquisa e
no Ensino. In: Espaços da escola. Ed. Unijuí, Ano
4, n° 27, p. 61- 68. Jan./Mar. 1998.
_________, Lucia. A importância da
leitura na Construção do Conhecimento. In:
Espaços da escola, Ed. Unijuí, Ano 9, n° 35, p. 11-16. Jan./Mar. 2000
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