Reescrita
Por Aluno 18
Ele entrou em
uma velha e grande cafeteria que tinha logo na esquina de sua casa. Irritado
com o mau tempo, verificou as horas e constatou estar adiantado. Feliz,
suspirou aliviado. Se havia algo que deixava aquele homem irritado, era o fato
de chegar atrasado a algum lugar. Depois de conseguir um lugar para sentar,
pediu uma xícara de café e uma fatia de bolo; pensou que aquela era uma bela
maneira de se distrair enquanto esperava por uma pessoa.
Após terminar
sua refeição, olhou para o relógio novamente: o horário combinado chegara.
Olhava incessantemente pela grande janela para qual tinha visão da rua, mas
nenhum sinal de a pessoa por quem esperava estar dentre aquelas que caminhavam
apressadamente tentando fugir da chuva. Cinco, dez, quinze minutos se passaram
e ele permanecia sozinho, sentado no canto da cafeteria. Em sua mente, não
haviam passado quinze minutos, mas quinze anos. Com os dedos batendo
impacientemente na mesa, o homem pensou em ligar para a pessoa, porém achou que
pareceria muito desesperado. Mil e um absurdos passavam pela sua cabeça: e se o
horário estivesse errado, ou o dia, ou até mesmo o lugar? Olhando de dois em
dois segundos para a entrada, o homem começou a pensar que talvez fosse uma
brincadeira de mau gosto com ele. E se a pessoa se atrasou propositalmente?
Para tentar distrair-se, começou a observar as pessoas que entravam e as que já
estavam no café, no entanto, sua mente só conseguia concentrar-se na detestável
tarefa de esperar.
Após ser
tomado por uma onda de impaciência – maior do que as anteriores –, levantou-se,
pagou a conta e foi para a entrada da cafeteria; pelo menos ele poderia
avistá-la mais rápido quando chegasse. Caminhando de um lado para o outro,
olhando o relógio, resolveu ligar pela primeira vez: sua chamada está sendo
encaminhada para a caixa de mensagem e... E agora? As possibilidades eram
muitas. Já não sabia se sentia raiva ou preocupação com a pessoa. Esperou
alguns minutos e ligou de novo, mas ninguém atendia. Na mente dele estava muito
claro: aconteceu alguma coisa.
Uma hora havia
passado desde quando o homem saíra na cafeteria e ainda não havia sinal da
pessoa. Vou embora, pensou o homem. Quando ele direcionou-se para atravessar a
faixa de pedestres, avistou a pessoa por quem esperava do outro lado da rua. Não
sabia ao certo se era ela, pois o caos que as pessoas provocavam por causa da
chuva não o deixava ter certeza. A confirmação veio quando a mulher, feliz,
atravessou a faixa e foi ao encontro do homem na calçada. Desculpou-se pelo
atraso, disse que o trânsito estava muito engarrafado e que havia esquecido o
seu celular em casa.
Ignorando completamente sua irritação e sem ânimo para dar um
sermão por causa do atraso, o homem sorriu, deu um abraço em sua filha e disse
que não tinha problema algum. A verdade é que as esperas são eternas enquanto
duram; depois de passadas, parecem não ter existido.
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