O texto se inicia de forma súbita,
sem situar o interlocutor desavisado – o único indício de que se tratará do
ritual de limpeza de um dormitório é o próprio título. Use, no entanto, o
primeiro parágrafo para, além de já tratar do assunto principal, introduzi-lo,
ou então o leitor não conseguirá dar início a um processo de familiarização com
o tema.
A intenção de descrever o ritual de
limpeza de um dormitório, além disso, parece se dissipar em meio à demora com
que a autora trata as questões secundárias (reflexão sobre o estado do
dormitório, comentário a respeito da adequação das vestes, o detalhamento
excessivo da atmosfera de tristeza e de preguiça que envolve o ambiente e o
indivíduo, o processo de escolha de música, a música em si, etc.). De fato, é
interessante acrescentar outros aspectos adjacentes ao assunto principal, pois
são eles que se encarregam de provocar sensações no interlocutor e são eles que
dão personalidade ao texto e que o tornam singular. No entanto, é sugerido à
autora cautela ao escolher os detalhes que comporão a produção escrita, pois se
ela se puser a abranger aspectos não tão relevantes e a eles se ativer, o tema
central se diluirá entre o que deveriam ser só detalhes a serviço do texto.
Quanto ao processo da limpeza em si,
ele não é tão detalhado quanto o resto. Tendo em vista as exigências dessa
proposta textual, isso deve ser repensado, já que o que se pretende é descrever
o que se faz quando se limpa um dormitório. A título de exemplo, a autora
descreve várias outras coisas com precisão e minúcia, mas quando se põe a
tratar da limpeza do tapete, da prateleira, da mesa ou de qualquer outra peça
de mobília que constitua o dormitório, faz uma rápida menção ao modo como tais
objetos sofrem o processo de limpeza.
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