Reescrita
Por Aluno 6
- Vamos lá, amiga! Hora de
trabalhar.
Proferindo
essas palavras João retira a vassoura de sua placidez costumeira para entrar em
ação contra as intrusas imundícies que se espalham pelo chão de seu lar. De cabeleiras roxas, verdes, amarelas,
laranjas, negras, independente da cor que a vassoura possua o processo de
limpeza da casa segue uma ordem: primeiramente o usuário, no caso João, retira
a vassoura de seu lugar habitual. Este tanto pode ser pendurada atrás da porta
da cozinha ou da área de serviço, ou ainda, escorada a um canto qualquer destes
ambientes, pois é onde, comumente encontram-se estes utensílios domésticos. A
vassoura é posta em movimento pelo condutor que assume sempre a mesma posição:
ele segurando firmemente o fino corpo de cabo de vassoura entre as duas mãos,
estando uma delas na parte superior e à outra, um pouco mais a baixo, a fim de
manter o equilíbrio; ela tendo a cabeça virada para baixo em direção ao solo
deposita a vasta cabeleira no chão a ser limpo.
Estando o
utensílio entre as mãos segue o segundo passo no qual se escolhe uma das peças
da moradia para iniciar a empreitada. Nosso amigo prefere iniciar pelo seu
quarto passando para o banheiro e seguindo pelos corredores de até chegar à
sala. Durante o processo ele se lembra de seu tempo de mocidade em que
freqüentava os salões de dança e tece na imaginação uma dança de valsa, tendo
como parceira, nesta ocasião, a vassoura que está em suas mãos. Tal como fazia
naquela ocasião segue o compasso um, dois... um, dois...que ressoa em sua mente
e faz a vassoura levitar por todos os cômodos da casa, agarrando e arrastando toda
as plumas e sujeiras que encontra no chão a sua frente, como se ela fosse uma
águia agarrando a presa. Para bem executar a tarefa os movimentos que são desenvolvidos,
devem ser de projetar para frente e para trás os braços, semelhante ao vai e
vem dos pêndulos dos antigos relógios de parede. Esse balançar inicial é lento,
tímido e inseguro, mas logo se tornam frenético e audacioso, provocando uma
nuvem de poeira que mais lembra fumaça em um incêndio. E é como um verdadeiro
par dançante que João e a parceira assustam as plumas e sujeiras, inimigas
eternos do morador, dando a casa ares menos poluídos. Tal qual formigas ao
redor de açúcar essas mesmas adversárias vão sendo amontoadas no decorrer da
“varreção” em pequenos morrinhos que posteriormente serão descartados no lixo.
Pode ocorre, em alguns momentos, de o ritmo ser perdido e a vassoura voar nas
mãos do condutor como balão perdido na ventania e espalhar no ar as imundícies
já acumuladas. Mas o incansável varredor, João, não desanima diante desta
fatalidade e rapidamente retoma o costumeiro compasso do vai e vem lento,
resgatando-as.
Num terceiro
momento, não tendo sido esquecido nenhum cantinho da moradia a ser limpo o resultado
é um caminho de piso limpo e brilhoso. Então, ocorre o fatal encontro entre a
dupla carregando as sujeiras acumuladas durante o processo, a pá de lixo e a
lixeira- vizinhas inseparáveis da vassoura- que aguardam ansiosas para entrar
em ação. Neste último cenário (na maioria das ocasiões é o lugar que tem
ligação direta com a área externa do imóvel ou é a própria área de serviços) a
vassoura é aproximada da pá de lixo para, em cima dela, depositar toda a
sujeira arrecada. Tão logo elas ali se encontrem serão depositadas na escuridão
tal qual noite sem luar do fundo da lixeira. Findo este processo o executor,
João, separa-se de seu instrumento e com a mesma delicadeza que teria com uma
dançarina, ele a devolve ao suporte que se encontra pendurado atrás da porta da
área de serviços, dizendo:
- Bela dança,
amiga! Estou satisfeito com seu desempenho.
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