sábado, 3 de junho de 2017

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Aluno 158



Apesar de não exercer muito do processo, do pouco que produzi percebo: a escrita é exteriorizar tudo inanimado dentro de nós. Aprender a escrever vai muito além do regramento básico de textos como os jornalísticos, redações e documentos. Esses textos possuem finalidades muito claras ao contrário de textos mais romantizados, os quais são muito relativos. Nenhum está certo ou errado.
     Aprendi a escrever quando precisei. Não recordo exatamente quando ou o porquê, mas hoje entendo que só me parecia real se materializado no papel. Precisei porque todos precisam, todos têm a necessidade de esclarecer os pensamentos. Idéias, teorias, percepções e emoções, tudo acumula dentro de nós e torna impossível a compreensão das mesmas. A linguagem ajuda, pintando, fotografando ou escrevendo.
     Começa com simples rabiscos na classe escolar, quando a inquietude do corpo transborda criativamente. Aprende-se a escrever escrevendo, por mais que apenas sejam idéias aleatórias em um bloco de notas jogado na gaveta, aquelas palavras ali soltas tornam-se reais, finalmente. Ninguém iria ler, além de mim, o que não importa, pois somos nossos próprios escritores, nossos próprios leitores, sentimos ao fazer e novamente, diferente; talvez, ao ler.
     Produzir um texto, ou qualquer escrita em geral, não é fácil, temos sempre um objetivo com ele, querendo ou não. Nesta mesma produção, como todas que já fiz, chego até aqui confusa e me perguntando se disse o que queria dizer. Perco-me em minha bagunça e me encontro em confusões alheias, se meu primeiro parágrafo não concorda com o próximo pode concordar com o último, ou com o parágrafo ou pensamentos de outro alguém, agora ou futuramente, nunca se sabe. Esse texto está repleto de erros, não sei quais nem a razão. Quero saber, mas ainda crer que a real importância dessa atividade é e sempre será apenas despertar em outros, ou em mim mesma em outro tempo, a experiência, mesmo não vivida.    
     Comecei a escrever quando me senti inquieta e até orgulhosa sobre aquela estória que pensei em meio à aula, ou sobre a rima sentimental que plagiei metade de algo que assisti na televisão. Algo em mim sentiu importância naquelas idéias, naquelas palavras, talvez alguém mais sentisse também, talvez eu não sinta mais em dois anos. Escrevi. Aprendi a escrever na obrigatoriedade de treinar redações, que apesar de não gostar da estrutura dita como correta, gostava de saber que alguém entendeu o que estava em mim, ou não. Perspectivas diversas morrem dentro de nós todos os dias, idéias que podem mudar algo ou alguém, a escrita impede isso.

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