1 Versão
Aluno 158
Apesar
de não exercer muito do processo, do pouco que produzi percebo: a escrita é
exteriorizar tudo inanimado dentro de nós. Aprender a escrever vai muito além
do regramento básico de textos como os jornalísticos, redações e documentos.
Esses textos possuem finalidades muito claras ao contrário de textos mais
romantizados, os quais são muito relativos. Nenhum está certo ou errado.
Aprendi a escrever quando precisei. Não
recordo exatamente quando ou o porquê, mas hoje entendo que só me parecia real
se materializado no papel. Precisei porque todos precisam, todos têm a
necessidade de esclarecer os pensamentos. Idéias, teorias, percepções e
emoções, tudo acumula dentro de nós e torna impossível a compreensão das
mesmas. A linguagem ajuda, pintando, fotografando ou escrevendo.
Começa com simples rabiscos na classe
escolar, quando a inquietude do corpo transborda criativamente. Aprende-se a
escrever escrevendo, por mais que apenas sejam idéias aleatórias em um bloco de
notas jogado na gaveta, aquelas palavras ali soltas tornam-se reais,
finalmente. Ninguém iria ler, além de mim, o que não importa, pois somos nossos
próprios escritores, nossos próprios leitores, sentimos ao fazer e novamente,
diferente; talvez, ao ler.
Produzir um texto, ou qualquer escrita em
geral, não é fácil, temos sempre um objetivo com ele, querendo ou não. Nesta
mesma produção, como todas que já fiz, chego até aqui confusa e me perguntando
se disse o que queria dizer. Perco-me em minha bagunça e me encontro em
confusões alheias, se meu primeiro parágrafo não concorda com o próximo pode
concordar com o último, ou com o parágrafo ou pensamentos de outro alguém,
agora ou futuramente, nunca se sabe. Esse texto está repleto de erros, não sei
quais nem a razão. Quero saber, mas ainda crer que a real importância dessa
atividade é e sempre será apenas despertar em outros, ou em mim mesma em outro
tempo, a experiência, mesmo não vivida.
Comecei a escrever quando me senti
inquieta e até orgulhosa sobre aquela estória que pensei em meio à aula, ou
sobre a rima sentimental que plagiei metade de algo que assisti na televisão.
Algo em mim sentiu importância naquelas idéias, naquelas palavras, talvez
alguém mais sentisse também, talvez eu não sinta mais em dois anos. Escrevi. Aprendi
a escrever na obrigatoriedade de treinar redações, que apesar de não gostar da
estrutura dita como correta, gostava de saber que alguém entendeu o que estava
em mim, ou não. Perspectivas diversas morrem dentro de nós todos os dias,
idéias que podem mudar algo ou alguém, a escrita impede isso.
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