Reescrita
Aluno 180
Quando eu estava na quarta série do ensino fundamental, foi promovido um concurso de redação e poesia na escola em que eu estudava. Todos os alunos, desde as séries iniciais até o ensino médio, poderiam participar do concurso, e como nós do quarto ano ainda não conhecíamos muito bem o vasto mundo da escrita, a professora trouxe em sala de aula alguns exemplos de textos e poesias para nos prepararmos para o concurso.
Um dos textos que ela nos trouxe apresentava a história de um menino que ainda estava nos seus primeiros anos de escola. Ele era muito tímido, e por isso não interagia ou conversava com seus colegas, apenas observava cada momento da aula com atenção e curiosidade. Um dia a professora pediu para que cada aluno da turma escrevesse um texto sobre a sua experiência e vivência em sala de aula. Como o garoto prestava muita atenção em cada detalhe do seu cotidiano na escola, ele escreveu um belo texto sobre a convivência diária naquela turma, onde ilustrava os seus colegas com precisão, sagacidade e humor. A professora e os demais alunos ficaram encantados com o texto, e o menino passou a ser acolhido e admirado pela turma.
Depois de ouvir esse texto eu fiquei muito entusiasmada com a ideia de escrever, pois, assim como o protagonista, eu era muito tímida e observava tudo com atenção. Eu descobri que também poderia escrever sobre o que eu via, sentia, e imaginava, e, de fato, eu comecei a escrever poesias, inventar histórias e registrar as memórias que eu tinha. Foi através dessa experiência que eu percebi que a escrita vai muito além de apenas registrar palavras em uma folha de papel. Não me recordo sobre o que eu escrevi no poema que fiz para concorrer, mas ainda tenho a medalha de primeiro lugar que ganhei nesse concurso de poesias. Ainda guardo com muito apreço essa lembrança porque foi nesse momento que eu realmente comecei a escrever.
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