Aluno 170
Reescrita
Meu
primeiro contato com a escrita foi por meio da cópia, eu representava as letras
que via, como uma maneira de aprendizado. Conforme o meu desenvolvimento, já me
via capaz de reproduzir, em forma de frases em um papel, o que eu enxergava e
sentia. Dessa maneira, comecei a ganhar muitos cadernos e blocos de anotações,
em que eu registrava os acontecimentos mais cotidianos possíveis, como o que eu
comia no café da manhã ou a roupa que eu colocava para ir até a escola. Isso me
deixava entusiasmada com os novos desafios que apareceriam dali por
diante.
Com
o tempo, aprendi a criar textos dos mais variados tipos, para distintas
situações. O lápis virou o meu melhor amigo, e era mágico ver as palavras se
formando com o uso dele. Aliás, esse sentimento de magia persiste até hoje e
acredito que ele só tenda a aumentar. Escrever foi a maneira que eu
encontrei de me conectar com meu eu interior.
Tal
hábito de escrita se fortaleceu ainda mais depois que adquiri doenças
psicológicas, há cerca de quatro anos. Comecei a inventar o meu próprio mundo,
paralelo ao real. Não tem erro, na escrita eu posso ser quem eu quiser. Não
existem julgamentos e, se eu não me satisfazer com o resultado, eu posso mudar.
E mudar de novo. E mais outra vez, quantas vezes eu quiser. Isso se torna tão
empolgante na medida que o processo se cria, que não tem mais volta.
Acredito
que todos têm aquele objeto marcante da nossa história, objeto chave de nosso
crescimento. Eu tenho guardado o meu primeiro caderno. Às vezes, me pego
folheando-o e relembrando todas essas etapas da minha trajetória no campo da
escrita. E como me faz bem! É a minha forma de expressão traduzida em
sentimento, de acordo com um objeto de memória.
O
que acredito ser mais interessante é o fato de que o hábito de andar sempre com
um papel e um lápis ter se fortalecido ainda mais depois que adquiri doenças
psicológicas, há cerca de quatro anos. Lá, comecei a inventar o meu próprio
mundo, paralelo ao real. Não tem erro, na escrita eu posso ser quem eu quiser.
Não existem julgamentos e, se eu não me satisfizer com o resultado, eu posso
mudar. E mudar de novo. E mais outra vez, quantas vezes eu quiser. Isso se
torna tão empolgante uma vez que o processo se cria, que não tem mais
volta.
E
como eu consigo produzir tantos registros escritos? A resposta para esta
pergunta é bem simples: eu escrevo. Tudo. Agora, assim como quinze anos atrás,
sigo sempre com um bloco de anotações na minha bolsa, em busca de novas
descobertas e ampliando meu conhecimento. Na medida em que estes blocos vão
terminando, eu os guardo junto daquele meu primeiro caderno, formando o que
tenho de mais precioso, único e íntimo: a escrita.
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