O início de um amor pela escrita cursiva.

Aluno 150

Reescrita

Quando falamos sobre escrita muitas opiniões diferentes à respeito surgem dependendo de cada um. Para mim escrita e/ou escrever é expressar toda e qualquer ideia, pensamento, sentimento através das palavras. Desde pequena tenho certa admiração pela escrita, porém diferente da maioria que a usa para escrever poemas, narrativas… essa minha admiração por ela é mais pela estética, por visualizar um texto, ainda mais quando feito a mão.

Lembro que quando entrei na escola observava os recados que a professora costumava deixar no caderno para os meus pais. A primeira coisa que me chamava atenção era o fato de aquilo parecer um emaranhado de linhas. Curiosa, perguntei aos meus pais o que era isso de fato e como eles conseguiam ler se tudo parecia tão diferente de como aprendia nasala de aula. Então descobri que se tratava de uma outra forma de representar as letras no papel, e aquilo que para mim parecia um emaranhado era o conjunto das palavras formadas por essas letras. Assim fui apresentada a escrita cursiva, e foi aí que a minha paixão por ela e pela sua estética aumentou.

Logo que tive conhecimento do que se tratava, passei a fazer “voltinhas” no papel toda vez que ia brincar de secretária e precisava fazer anotações, acreditando que estava escrevendo emendado. Isso sim parecia apenas um emaranhado de linhas, mas para mim tudo fazia muito sentido. Até que numa dessas brincadeiras meu pai perguntou o que eram aquelas “voltinhas e molinhas” que eu tanto desenhava, e eu incrédula por ele não ter entendido, respondi: “Ué! Estou escrevendo com letra cursiva”. Foi nesse momento que ele notou meu interesse, e na mesma hora pegou um caderninho e começou a traçar alguns pontinhos. De início achei graça e não entendia o motivo dele estar fazendo aquilo, até que ele liga os pontos mostrando que daquela forma eu poderia aprender de fato como escrever emendado.

A partir daí meu interesse por esta forma de escrita só aumentou. Em casa fazia várias atividades com meu pai para praticar. Porém, na escola ainda não tínhamos começado a aprender a letra cursiva, pois estávamos na primeira série (que hoje chamamos de segundo ano). Mas a minha professora havia notado que eu já tinha uma noção de como escrever desta maneira e o quanto gostava. Ela pediu para meus pais comprarem um caderno de caligrafia para mim, e passou a me incentivar também. Isso chamou a atenção da maioria dos meus coleguinhas, que agora queriam aprender a letra cursiva tanto quanto eu. Assim ficou conhecida aquela turminha, que com apenas 6 e 7 aninhos seus alunos já sabiam elaborar mais do que “voltinhas” no papel, mas palavras inteiras e com significado comum em letra cursiva.

Por isso digo que admiro a escrita e o hábito de escrever um pouco mais por sua estética, pois foi o que primeiro me chamou atenção nela. Hoje ainda faço várias anotações, mesmo não imaginando ser uma importante e atarefada secretária. Tomo nota do que preciso fazer durante o dia, observações sobre o que é comentado nas minhas aulas por exemplo. Hábitos da escrita que ainda pratico, e é claro, escritos a mão e em letra cursiva de preferência.