Aluno 167
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Meus primeiros contatos com
leituras e escritas foram antes mesmo de eu aprender a fazê-los. Sempre gostei
de brincar de ler livros, escrever e contar histórias. Isso começou,
aproximadamente, aos meus três anos de idade. Lembro-me que várias vezes escrevia
histórias ou cartas em formas de rabiscos em papéis e entregava para alguém
ler. E, quando a mesma tentava fazer a leitura não conseguia por aquela não ser
uma real escrita. Então, pedia-me para ler e eu o fazia com muito gosto. No
entanto, isso era apenas uma brincadeira para mim.
Mais tarde, em torno dos meus
cinco anos, comecei – realmente – a aprender a ler e escrever. Em um primeiro
momento, isso aconteceu em casa mesmo. Minha irmã mais velha, na época com
quatorze anos, dedicava algumas horas do dia para ensinarme a formar sílabas, a
compreender os sons das letras e a incrível formação das palavras. Esse
processo não foi simples, eu acreditava ser bastante difícil – e era, de fato –
o que ela me propunha e, por vezes, entristecia-me e desistia. Porém, as
desistências eram curtas porque logo ela voltava e tentava mostrar-me como
aquilo podia ser divertido.
Iniciei minha vida escolar aos
seis anos, no primeiro ano do ensino fundamental I. Antes, essa fase era
chamada de pré-escola. Recordo-me que criei muitas expectativas com base nas
informações que minha irmã havia dito, mas tive uma pequena decepção: nessa
fase da escola muito pouco tive contato com a escrita. A professora detinha-se
a propor desenhos para colorir e demais atividades lúdicas, sem focalizar a
leitura e escrita.
Nesse ano de pré-escola, minha
irmã seguia mostrando-me como escrever e propondo-me exercícios diários. Não
sei dizer o momento exato em que aprendi a escrever, mas sei que foi nesse
período porque lembro-me perfeitamente de iniciar a primeira série sabendo
formar frases simples e com uma familiaridade com as letras.
A partir do momento em que aprendi a
escrever, senti-me totalmente diferente de quem ainda não sabia fazê-lo. Era
como se o fato de eu conseguir expressar-me através da escrita me fizesse estar
em um mundo completamente diferente do que eu tinha vivido até aquele
instante.
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